| Publicada originalmente no Teletime | A embaixada da China no Brasil reagiu nesta sexta-feira, 21, a um artigo publicado por representante do Departamento de Estado dos EUA na imprensa brasileira e que defendia a exclusão da Huawei do 5G nacional.
Em nota à imprensa, a embaixada chamou a manifestação de interferência grosseira à cooperação sino-brasileira. Na última quarta-feira, 19, o subsecretário de crescimento econômico, energia e meio ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach, publicou artigo no jornal O Globo defendendo o projeto de “redes limpas” do governo norte-americano.
Na ocasião, Krach reiterou as acusações de espionagem e obediência ao governo chinês feitas pela gestão de Donald Trump contra a Huawei. A embaixada da China, por sua vez, classificou os comentários como uma tentativa de intimidação e de difamação.
“A Huawei, uma empresa privada de renome mundial, não tem nenhum incidente de segurança cibernética, nem caso de espionagem e vigilância na rede de informações. Também não há nenhuma prova de que os produtos da empresa tenham dispositivos para essa finalidade, os chamados backdoor”, afirmou a embaixada – que ainda acusou os EUA de contarem com um histórico “escandaloso” em segurança cibernética.
“O 5G é uma importante ferramenta para alavancar uma nova etapa da revolução industrial. Politizar ou ideologizar essa tecnologia e as cooperações nesse campo só irá retardar o processo da economia digital do mundo”, completou a embaixada. A nota completa pode ser lida aqui.
Custos
No artigo publicado na quarta-feira, o Departamento de Estado norte-americano também questionou o entendimento que a exclusão da Huawei representaria uma alta nos custos do 5G, em afirmação que vai na contramão do que foi dito pelas operadoras. Além disso, voltou a citar a Telefónica da Espanha como uma das empresas que já estaria retirando a chinesa de suas redes – vale ressaltar que, segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, isso teria sido desmentido.
Recentemente, o Reino Unido seguiu os EUA e a Austrália e decidiu pelo banimento da Huawei do 5G do país, em decisão que também pode adotada seguida pela Índia. O governo norte-americano ainda promoveu uma turnê pelo leste europeu para promover acordos de uso de fornecedores confiáveis para o 5G, embora nem todos os países tenham declarado decisão final. No Brasil, o tema está na pauta do governo, mas deve ser decidido em 2021.