A receita acumulada gerada pelas empresas diretamente envolvidas com o desenvolvimento de produtos Android foi de R$ 136 bilhões em 2019, o valor representa 2% do PIB nacional no último ano. A análise da Bain & Company, encomendada pelo Google, estima ainda 630 mil pessoas trabalhando diretamente com o sistema operacional móvel, ou seja, 35% da indústria TIC brasileira.
A análise de impacto social e econômico do Android no País, divulgada nesta segunda-feira, 21, tem como fontes: Ministério da Economia, IDC, Cetic, GSM, Anatel, além das pesquisas de Mobile Time/Opinion Box. E o estudo sobre inclusão digital ouviu 4,6 mil pessoas na pesquisa. O período das entrevistas foi de fevereiro a abril deste ano.
“Fizemos esse estudo sabendo que o Brasil é um dos cinco maiores mercados do Android no mundo. Essa é a constatação direta do ecossistema Android na geração de emprego e renda. Assim como na área de desenvolvimento de apps”, disse Maia Mau, head de marketing do Android para América Latina no Google.
Para Fernanda Batista, gerente sênior da Bain & Company, o estudo demonstra que o Android trouxe relevância para a inclusão digital no Brasil. Em especial com a ampla gama de fabricantes oferecendo dispositivos baratos (valor médio de R$ 1,1 mil ante R$ 2,5 mil da Apple), além de trazer um ambiente de inovação para a sociedade, que colaborou para a geração de emprego e receita no Brasil.
Democratização
Outro dado da pesquisa mostra que 80% das classes D e E pagam menos de R$ 1 mil pelo smartphone. Nota-se que 55% da classe D e E trocam o celular por roubo ou defeito. E que 24 milhões de brasileiros tiveram acesso à Internet pela primeira vez por meio de um handset Android nos últimos 10 anos.
“Um dos principais resultados é que vemos essa democratização (por meio do OS) como uma forma de dar acesso universal à Internet. E o Android é um dos possibilitadores dentro desse ecossistema. A importância do Android deixa a gente mais confiante”, afirmou Mau.
Questionada sobre como atrair mais a classe D e E no ecossistema do OS, a executiva do Google disse que tem um caminho importante adiante, mas vê com positividade os avanços que a pesquisa mostrou. Mau citou ainda a pesquisa TIC Domicílios que mostrou um crescimento em conectividade na camada mais pobre da população nos últimos anos: “Em 2010 eram 13% (conectados), em 2018, subiu para 48%. Falta metade para conectar. Tem um caminho pela frente, mas é positivo”.