Campo Conectado; John Deere; agro

Rodrigo Bonato, intelligent solutions group director da John Deere, acredita que a Internet vai destravar uma série de máquinas já disponíveis no campo

O projeto Campo Conectado, solução que promove a conectividade em áreas rurais a partir da parceria entre Claro e John Deere, já apresenta uma demanda em análise de projetos de 7 milhões de hectares desde fevereiro. Trata-se de 10% da área de produção de grãos do Brasil. Os números foram levados por Rodrigo Bonato, intelligent solutions group director da John Deere, ao Painel Telebrasil 2021 nesta terça-feira, 21, ao abordar as dificuldades em levar conectividade no campo e mostrar a enorme demanda de tecnologia que existe pelo setor.

Segundo o executivo, a principal dificuldade para que o campo tenha sua transformação digital passa pelo básico: há grandes áreas no Brasil totalmente desconectadas. Por outro lado, o produtor brasileiro, que é jovem – com idade média de 45 anos –, está ansioso por tecnologia. Este seria o cenário perfeito e a força motriz para impulsionar a entrada do 4G e do 5G no campo.

“Os produtores são ávidos por tecnologia, usam bem e demandam das nossas empresas a última disponível, mas esbarram com disponibilidade de Internet. Um estudo no Mato Grosso identificou que apenas 3% da área de plantio no estado é coberta por algum tipo de conectividade, 3G ou 4G. Porém, em 89% das fazendas, existe Internet na sede. Ou seja, eles já têm esse contato com a Internet. Outro grande entrave do Brasil é que o produtor tem a necessidade da Internet, tem o uso dela, mas não encontra plataformas digitais que sejam amigáveis ao uso da agricultura. E tem também o custo: os modelos exigem um investimento por parte do produtor”, resumiu Bonato.

O executivo também apontou que desde 2015 suas máquinas já vão ao mercado com modems para conexão móvel. Porém, das mais de 40 mil que poderiam estar conectadas, menos da metade são e, dessas, cerca de 10 mil máquinas fazem algum tipo de tráfego de dados em tempo real.

“Com a conectividade vindo, conseguimos rapidamente desbloquear várias tecnologias existentes no campo. Uma colheitadeira já com automação da John Deere, por exemplo, se autorregula através de machine learning. E podemos ter uma maior produção porque as máquinas mais antigas têm as perdas normais ao redor de dois sacos por hectare. Mas com uma conectada, a perda cai para 350 gramas por hectare”, explicou Bonato. Ou seja, é um saco e meio a mais de soja, por exemplo, na produção.

O executivo acredita que a chegada do 4G no campo levará ao gerenciamento em tempo real da plantação e da colheita. E com o 5G será o próximo salto de competitividade, a segunda revolução agrícola brasileira. “São três coisas importantes: inteligência artificial; visão computacional – análise de planta a planta e não mais de talhão ou de linha de plantio –, que dá um salto de produtividade grande, e o machine learning. Tudo isso em tempo real em vias seguras e rápidas de trabalho. Seria possível produzir 150-180 sacos por hectare. Nossas médias, boas, ficam em torno de 65-70 sacos nas áreas mais produtivas”, explica.

 

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