As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro ganharam esta semana um novo aplicativo com informações em tempo real sobre seus respectivos sistemas de transporte público, o Trafi (Android, iOS). O Brasil é o primeiro país de fora da Europa a receber o serviço, que está presente em cidades da Turquia, Rússia, Lituânia, Estônia e Letônia. A meta da empresa é conquistar 1 milhão de usuários ativos mensais (MAUs, na sigla em inglês) dentro de 12 meses no País, informa seu CEO, Martynas Gudonavičius, em entrevista por email para MOBILE TIME. "O Brasil é um grande mercado e seu transporte público ainda sofre com problemas de pontualidade e confiabilidade. Então acreditamos que podemos ajudar muito", acrescentou.
O Trafi traz informações detalhadas sobre o percurso de todos os transportes públicos das duas cidades brasileiras. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, além das linhas de ônibus, BRT, metrô, trem metropolitano e barcas, o Trafi inclui ainda os trajetos dos teleféricos nos morros da Providência e do Alemão e até do funicular do Corcovado. No caso dos veículos dotados de GPS, como os ônibus das linhas regulares da cidade, é possível ver seu deslocamento em tempo real sobre o mapa. O app permite planejar rotas utilizando transporte público e consegue estimar o tempo de viagem. Ao escolher a rota preferida, o usuário vê no mapa onde estão os ônibus que vai pegar e é informado sobre quantos minutos faltam para o próximo veículo chegar ao ponto onde se encontra.
Foram necessários aproximadamente seis meses para adaptar o app para o Brasil. "Foi relativamente fácil, já que as duas cidades adotam uma política de dados abertos", comentou o executivo. No momento a empresa não tem um escritório local, apenas um gerente de comunidade no Brasil. Dependendo do sucesso que obtiver nos próximos meses , avaliará a possibilidade de abrir um escritório e contratar um country manager. Há planos de expandir o serviço para mais cinco grandes cidades brasileiras em um futuro próximo.
Uma das vantagens do Trafi sobre outros concorrentes é a possibilidade de salvar mapas e rotas no smartphone para acesso offline. A funcionalidade está disponível somente para quem conseguir convencer um amigo a instalar o app, em uma estratégia para estimular a expansão da base. "Os planos de dados são caros (no Brasil), especialmente para usuários pré-pagos, assim como a qualidade do serviço não é muito boa. Por isso, a opção do modo offline faz do Trafi a única opção para os usuários do Rio de e de São Paulo se eles quiserem acessar informações sem conexão à Internet", explicou Gudonavičius.
O executivo destaca outros diferenciais do Trafi sobre os concorrentes: "Nossos algoritmos nos permitem ser muito mais precisos que o Moovit ou o Google Maps. E temos um conjunto de ferramentas que provemos para autoridades de transporte público. No fim das contas somos uma plataforma para as cidades, não apenas um aplicativo".
Modelo de negócios
Por enquanto o Trafi não gera receita em nenhum mercado onde atua. Seu objetivo por ora consiste em conquistar uma massa crítica de usuários para depois pensar em monetização. Até o momento foram investidos 6,5 milhões de euros no projeto.