Em breve a experiência no aplicativo do PicPay (Android, iOS) será transformada para se tornar mais personalizada, de acordo com as necessidades de cada cliente. A fintech criou há poucos meses uma unidade de pesquisa do usuário, que atuará em parceria com o time de produtos nesse processo de aperfeiçoamento da interface do app. Por trás do projeto está uma equipe multidisciplinar que combina profissionais de ciências humanas, como antropólogos e sociólogos, com cientistas de dados e estatísticos.
Serão feitos estudos junto a comunidades de usuários, assim como análises de dados demográficos e sócio-econômicos, e parcerias com institutos de pesquisas: tudo isso para entender melhor os diferentes segmentos de clientes do PicPay e o que cada um deles precisa. A expectativa é de que dentro de três meses será feita uma atualização do aplicativo de forma que sua interface será diferente para cada usuário.
“Haverá vários ‘PicPays’ diferentes de acordo com o segmento do usuário. Mas antes temos que entender o que eles precisam. Não queremos atuar em um único nicho, mas no maior número possível. O segredo para a retenção é resolver os problemas do dia a dia para cada usuário”, explica Luiz Fernando Diniz, CPO do PicPay, em conversa com Mobile Time. “Muitos apps hoje em dia são reproduções de modelos de sucesso. Só que alguns repetem os mesmos erros”, acrescenta o executivo para justificar a importância de se conhecer melhor os consumidores.
Plataforma
O PicPay tem hoje 12 milhões de usuários cadastrados, dos quais 5 milhões são recorrentes. Sua meta é chegar a 20 milhões cadastrados até julho de 2020. Hoje, 99% deles têm cartão de crédito e 77% têm mais de um. O PicPay permite o cadastro de qualquer cartão, e em breve lançará o seu próprio. Além disso, oferece uma conta digital para pagamentos e recebimentos. O saldo da conta rende 100% do CDI. Um dos principais meios de monetização do PicPay hoje é a cobrança de juros pelo parcelamento em até 12 vezes do pagamento de boletos bancários. Entre 30% e 35% dos seus usuários ativos costumam parcelar pagamentos via PicPay.
“Somos plataforma que ajuda o brasileiro a gerir com inteligência o seu dinheiro. Facilitamos a sua relação com o dinheiro”, explica o executivo.
Segundo Diniz, não está nos planos da empresa virar um banco. Ao contrário, prefere que sejam aliados, aproveitando a expertise do PicPay no relacionamento com os clientes. Aliás, a fintech está otimista para com a regulamentação nacional de open banking. “Isso pode gerar novas features de gestão financeira. Teremos históricos de décadas (de uso de serviços financeiros). O open banking pode ser um catalisador para entendermos melhor ainda a vida financeira dos usuários”, comenta.