O sistema financeiro e de pagamentos passará por transformações em intervalos cada vez mais curtos, prevê o gerente global de produtos para serviços financeiros da Red Hat, Rafael Marins, em conversa com Mobile Time. O Pix é apenas o capítulo mais recente desse processo no Brasil. A aceleração será impulsionada por diversos fatores, incluindo o open banking, a modernização da infraestrutura tecnológica dos bancos e a mudança no comportamento do consumidor. Antes havia um intervalo de cerca de dez anos entre cada novo marco na modernização do setor financeiro, comenta o executivo. Agora, a tendência é de que mudanças significativas ocorram cada vez mais rapidamente.

“Tudo isso vem acontecendo impulsionado pela nova geração de consumidores, que está acostumada a estar sempre conectada e a ter seus anseios respondidos na ponta do dedo. É uma mudança no comportamento social do consumidor que se reflete nas instituições financeiras”, avalia Marins.

A estrutura de TI dos bancos, que antes era construída com uma arquitetura monolítica, está migrando para uma arquitetura em nuvem híbrida para suportar microsserviços, o que é fundamental para suportar mudanças cada vez mais frequentes.

“Algumas instituições financeiras no Brasil têm mais de 100 anos. A forma como construíram os alicerces de sua tecnologia torna muito complexa a sua capacidade interna de processamento de dados e tratamento de transações, com diferentes camadas e interconectividade. Para adotar o conceito de open banking, esbarra-se em uma série de limites (dessa estrutura)”, comenta. No seu entender, essa modernização da infraestrutura bancária é uma jornada que não se encerra com a implementação do open banking, ao contrário, será acelerada a partir dela.

Novos modelos de negócios

Uma série de novos modelos de negócio vão surgir a partir do open banking. Um deles é o do banco como plataforma, permitindo que terceiros distribuam seus produtos e conquistem clientes para eles, graças à conexão por APIs. Isso torna possível também a aparição de empresas que mantenham todo o core de sistemas bancários e o aluguem para terceiros, que por sua vez se encarregariam da aquisição do cliente e da prestação do serviço – seria algo parecido com o que fazem as operadoras móveis virtuais no setor de telecom, por exemplo.

Marins também vislumbra que a estrutura montada agora com chaves de identificação do Pix poderá servir, no futuro, para autenticar usuários em outros serviços que não sejam necessariamente financeiros. Isso abre uma oportunidade de nova receita para os bancos que armazenam hoje os dados cadastrais desses clientes – desde que os mesmos autorizem o compartilhamento com outros serviços.

Mobishop

Nesta sexta-feira, 23, haverá um painel sobre open banking durante a edição digital do Mobishop, seminário organizado por Mobile Time. Estão confirmados: Carlos Alberto Sangiorgio, head de TI e transformação digital, Banco Fibra; Cristiano Gomes, head de arquitetura digital, Santander; Felipe Avila, gerente executivo de open banking, Banco Original; Marcio Serra, sales manager – Financial Services Industry,  Red Hat; e Mellissa Penteado, CEO, proScore/Bancoin – associados ABFintechs.

Para mais informações sobre o Mobishop, acesse o site do evento ou contacte a equipe de vendas do Mobile Time: [email protected] / 11-96619-5888 / 11-3138-4619 (WhatsApp).

 

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