A tecnologia háptica automotiva deve movimentar mais de US$ 2,5 bilhões em 2035. É o que afirma o relatório feito pela IDTechEx, que indica a mudança de foco para o interior de veículos, diante da saturação do mercado de smartphones. Segundo a pesquisa, no momento, há uma transição dos botões físicos para aqueles em touchscreen. A mudança pode ser um facilitador não só na hora de dirigir, mas também na manutenção do automóvel, já que a vedação impede a entrada de poeira e outros contaminantes.
De acordo com a IDTechEx, a iniciativa partiu da Tesla, mais especificamente, o Model 3, que substituiu os botões físicos pelos hápticos no volante. Isso mostrou que a tecnologia poderia ir além das funções em que normalmente é utilizada, como controle de clima e sistemas de infoentretenimento. Entre os exemplos citados, estão controle do piloto automático e limpadores de para-brisas.
Touchscreen e os desafios
Apesar de se tratar de um nicho promissor, a IDTechEx alerta que há alguns entraves desafiadores. O primeiro é em relação à falta de conhecimento sobre engenharia piezoelétrica – voltada para a produção de carga elétrica mediante estresse mecânico. O segundo tem a ver com a dificuldade de compreender se o comando solicitado foi compreendido. Enquanto nos botões físicos isso é feito com luz ou som, nos de tecnologia háptica isso não necessariamente ocorre. Inclusive, algumas fabricantes, como Audi e Nissan, implementaram um recurso de feedback para cada vez que o comando for acionado.
O terceiro problema está relacionado à segurança. Isso porque o Euro NCAP (European New Car Assessment Programme), órgão que avalia o grau de segurança de um automóvel, reduzirá as notas dos veículos que não tiverem botões físicos para comandos básicos, como ativação das luzes de emergência. O cenário pode desestimular os fabricantes de veículos. Por fim, nem todos os usuários vão aceitar a mudança. Um exemplo disso foi o retorno negativo que o Grupo VW recebeu, ao mudar seus botões para os hápticos. De acordo com a IDTechEx, a solução seria fazer com que eles tivessem bordas melhor definidas e maior sensação tátil.
Imagem: divulgação