O uso de prestadores de SMS corporativo não homologados pelas operadoras móveis não é uma prática restrita a pequenas ou médias empresas. O chamado "SMS pirata" também é contratado por gigantes da Internet. Depois de denunciar seu uso pelo WhatsApp, o MEF (Mobile Entertainment Forum) notificou o Google pela mesma prática no Brasil. A associação, que vem travando uma guerra há meses contra os players de SMS pirata, enviou notificação ao Google pelos correios, com cópia por email para o presidente da empresa no País, Fábio Coelho, em setembro. Até o momento não houve nenhuma resposta por parte do Google.

O uso de SMS pirata foi constatado por membros do MEF no serviço de lembretes do calendário do Gmail. O remetente das mensagens enviadas não era um número curto, característico das integradoras homologadas, mas números telefônicos completos, com nove dígitos e DDDs de São Paulo e Campinas. Trata-se de um forte indício de uso de chipeira, equipamento para disparo de mensagens, muito usado para SMS pirata.

O diretor geral do MEF, Rafael Pellon, assina a notificação. Nela, argumenta: "Estas conexões piratas trazem prejuízos para aqueles que contratam este serviço irregular, seja para seu público consumidor, para as operadoras, para os usuários em geral – que em razão da utilização da rede pelo SMS pirata não conseguem completar suas chamadas ou enviar mensagens – e, por fim, para as empresas homologadas pelas operadoras, que têm seus serviços prejudicados por terceiros que praticam preço infinitamente inferior (abaixo do custo)".

O documento inclui as explicações técnicas, regulatórias e jurídicas para classificar como irregular a prática do SMS pirata. Ao fim, o MEF solicita que o Google revise seus procedimentos e apure a denúncia.

 

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