[Matéria atualizada em 22/12/21, às 13h33, para corrigir informação de uso da tecnologia da CertiSign] Empresas estão adotando o uso da biometria com um objetivo principal: ajudar na redução do número de fraudes. Mas empresas também estão desenvolvendo a sua própria tecnologia de reconhecimento facial biométrico para oferecer a seus clientes-empresas. Entre elas estão duas companhias com perfis diferentes: a Assertiva Soluções, focada em soluções de crédito para pequenos e médios negócios, e a CertiSign, IDTech e autoridade certificadora. Em ambos os casos, são soluções desenvolvidas internamente para sanar problemas de roubos de identidade.
O algoritmo da Assertiva conta com machine learning e tem como meta identificar a pessoa e comprovar de que é ela mesmo. A solução é white label e voltada para PMEs, empresas que não costumam usar esse tipo de ferramenta por ser cara. A biometria pode ser utilizada em diferentes momentos do processo, como: abertura de contas; conclusão de um serviço; entrega de produtos; e em fases transacionais – como a autorização de compras, pedidos ou pagamentos.
“A ideia é ajudar as empresas nessas etapas e gerar menos inadimplência. Estamos preparados para atender médias e pequenas empresas. Inclusive, a tecnologia é de biometria facial de ponta, cara. Mas, no nosso caso, conseguimos modular e fazer para as PMEs. A solução é válida para qualquer empresa que precise de análise de cadastro, análise de crédito, de contrato ou de fraude”, detalha Hederson Albertini, sócio fundador e atual CEO da Assertiva.
Vale dizer que entre seus clientes estão: pequenos bancos, fintechs, aplicativos de transporte, imobiliárias, empresas de telecomunicações, locadoras de equipamentos e veículos etc. Atualmente, a empresa está com cerca de 5 mil clientes e 35 mil usuários da sua plataforma.
O reconhecimento facial da Assertiva analisa mais de 150 pontos do rosto. Faz prova de vida, e comparação com selfie. A solução vem com assinatura digital embarcada, com validade jurídica, e a possibilidade de solicitar outros documentos.
“Além da validação, embarcamos a assinatura digital com validade jurídica e a possibilidade de se eu precisar de algum documento – endereço ou renda – é possível solicitá-los dentro da plataforma”, explica Albertini.
A tecnologia possui dois ambientes de backoffice: do cliente-empresa da Assertiva e do usuário final. Para o cliente da Assertiva, por meio da plataforma, ele é capaz de ver todas as análises em andamento, além da pontuação da selfie. Cabe ao cliente parametrizar o score para aprovar ou reprovar o reconhecimento. E o consumidor final não precisa baixar um app. A empresa manda um SMS e, ao clicar no link, o cliente final inicia a jornada no navegador do celular. “Esse é um ganho para o médio e pequeno e proporciona uma experiência diferenciada para o seu cliente”, acredita.
É possível embarcar por meio de APIs nos apps de nosso cliente
Para fazer o reconhecimento facial, a pessoa deve retirar os óculos e a máscara, caso esteja usando uma. São realizadas três análises: uma selfie, que é comparada com imagens do banco de dados. Em seguida, uma prova de vida, que é uma ação: a pessoa deve tirar uma foto sorrindo, por exemplo. A tecnologia, além de analisar a ação, também leva em conta o contexto da foto – onde ela foi tirada e seu fundo. A selfie é validada com o CPF do usuário e depois é feita a comparação com a prova de vida e com o documento.
“Nesses três ambientes – documento, selfie e prova de vida – praticamente eliminamos a suspeita de fraude”, garante. De acordo com o executivo, a tecnologia de reconhecimento facial chega a 96,8% de assertividade. “A pontuação é a média das três análises”, completa.
O cliente faz a régua de aprovação automática. A Assertiva recomenda não a deixar muito alta para não causar muita fricção, mas acredita que 85% seja uma métrica razoável. Neste caso, o processo de reconhecimento de uma pessoa chega a 85%, ela tem a aprovação automática e não precisa passar por um analista (humano).
CertiSign
No caso da CertiSign, a ferramenta lançada é um conjunto de motores biométricos para digital e reconhecimento facial. São serviços que podem ser consumidos por meio de APIs. A ideia é implementar o conjunto nas soluções das empresas como segundo ou terceiro fator de certificação dentro do seu sistema de identificação.
Junto à solução da biometria de face, há a prova de vida, ou seja, a identificação através de uma câmera que permite identificar se é uma pessoa mesmo, um vídeo, uma foto ou até mesmo uma máscara hiper-realista. “Essa tecnologia consegue identificar se do outro lado da câmera tem uma pessoa. Hoje em dia há vários golpes capazes de burlar alguns sistemas biométricos – que não têm o liveness”, explica Márcio D’Ávila, especialista em segurança digital e consultor técnico da CertiSign.
A solução da ID Tech faz a leitura de “algumas dezenas” de pontos do rosto, solicita que o usuário tire mais de uma foto: uma centralizada, outra mais próxima e uma terceira mais afastada para fazer a prova de vida.
“Essa é uma forma de fazer o confronto entre a imagem do banco de dados e a capturada naquele instante. Usamos essa tecnologia de cadastro. A gente evita fotos do RG, por exemplo, porque não tem data de validade e a foto pode estar bem diferente da pessoa hoje em dia. Por isso, pedimos como documento a CNH, que é mais recente”, explica D’Ávila.
O especialista explica que as empresas já estão procurando a CertiSign, interessadas em sua solução de reconhecimento facial, em especial as verticais de saúde e educação. Antes de apresentá-la ao mercado, a CertiSign fez uma série de testes e, atualmente, a solução já é amplamente usada, especialmente no setor financeiro. No último semestre, a consulta biométrica da companhia foi usada mais de 1,5 milhão de vezes.