A relação entre banhistas e ambulantes nas praias cariocas sempre foi informal, com o vendedor tentando atrair seu cliente na voz, com bom humor e originalidade. No entanto, era preciso esperar um tempo até o rapaz do mate, do biscoito Globo, ou do sorvete passar para comprar o seu produto.

Agora, os clientes poderão chamar os vendedores pelo Na Praia (Android para clientes e Android para vendedores), um aplicativo que serve para conectar comerciantes e consumidores. Utilizando geolocalização, o cliente pode localizar profissionais do Leme à Prainha e comprar com eles picolés, bebidas, comidas, acessórios, utensílios, vestuário, além de serviços.

O app praieiro foi lançado no final de dezembro de 2015 e possui 400 barraqueiros e ambulantes cadastrados no Rio de Janeiro. Em breve, os aplicativos do Na Praia devem ganhar versões para iOS. Leonardo Dias, sócio-diretor da iBrasil, empresa responsável pelo app, explicou ao MOBILE TIME que em seu plano de expansão, Na Praia espera alcançar 3 mil vendedores no Brasil e 100 compradores para cada vendedor, mas o número pode aumentar com a aceitação de clientes.

“Estamos com um piloto do aplicativo acontecendo no Rio de Janeiro, inicialmente com foco nas Olimpíadas”, relata Dias. “Mas estamos olhando para o mercado do litoral brasileiro como um todo. Em especial, São Paulo, praias do nordeste e Santa Catarina”.

Para os consumidores, a iBrasil mira não apenas os turistas, mas os frequentadores das praias que fazem suas atividades no cotidiano, como exercícios e banhos de mar. O modo de pagamento dos produtos pode ser feito tanto pelo aplicativo, como por dinheiro, cartão de débito ou crédito.

Trabalho social e investimento

Os vendedores, além de terem seu próprio aplicativo, recebem da empresa um smartphone com plano de dados. O sócio-diretor da iBrasil revela que em alguns casos foi necessário fazer um trabalho social, com inclusão digital e mobile dos ambulantes. “Muitos desses vendedores a gente precisa ajudar, fazer um trabalho de ‘formiguinha’, como ensinar a criar um e-mail”, explicou Dias. “Você precisa dar um treinamento de conhecimento digital e mobile”.

No planejamento, a iBrasil espera que os 3 mil vendedores recebam o celular com o plano de dados. No projeto (desenvolvimento dos apps, treinamento, celulares e planos de dados) foram gastos mais de R$ 1,2 milhão sem apoio de parceiros e, até o fim do ano, a soma pode chegar aos R$ 6 milhões.

Para obter o retorno do investimento, a companhia brasileira aposta em duas frentes de negócios: investimentos de parceiros, com patrocínio do celular ou plano de dados; e publicidade na plataforma, com ações de marketing in-app.
Sem revelar os nomes, Dias conta que possui duas parceiras acertadas para o mês de fevereiro. 

Pagamentos móveis

A payleven e o aplicativo Na Praia (Android) firmaram uma parceria para pagamentos móveis. Com isso, a solução de pagamento in-app payleven Connect foi adotada dentro do aplicativo. Além do app Na Praia, a payleven têm parcerias similares com a Rakuten e a Docway. A equipe do novo aplicativo espera um aumento de 30% em seu faturamento. Pelo lado do vendedor, o Na Praia traz mais segurança – não vão andar com grandes somas de dinheiro – e incremento na renda.

 

 

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