O setor de logística começa a se aproveitar das tecnologias móveis não apenas com apps de navegação, mas também na agilidade das entregas. É o caso do Rápido Transpaulo, uma empresa de entrega fracionada – grandes lotes entregues em partes pequenas – que criou seu aplicativo interno para os entregadores, RT Direto.

Com 40 mil clientes e média de 120 mil entregas por mês, a companhia gaúcha criou o aplicativo para o sistema operacional Android com apoio da plataforma da Genexus. Para utilizá-lo, a empresa deu um smartphone Samsung Galaxy Ace 4 com o app e plano de dados para 650 motoristas, com intuito de controlar e melhorar a entrega de produtos.

“A nossa proposta era fazer um aplicativo diferenciado. Já sabíamos as características do app, mas precisávamos de um algo a mais”, disse Willian Domingues, gerente de TI do Grupo Supricel, dona da Transpaulo. “O primeiro diferencial é a possibilidade de o aplicativo funcionar offline. O segundo é que o app está conectado ao nosso ERP”.

Por estar conectado ao ERP, o app pode ser usado pelos motoristas para tirar fotos dos produtos antes da entrega, confirmar seu recebimento e qual produto está entregando para o cliente – conferido por QR Code ou código de barras.

Domingues explica que o principal objetivo do RT Direto é “diminuir consideravelmente o reembolso de avarias” dos produtos entregues. Antes do aplicativo, o controle era feito em fichas de papel, modo que deixava o processo de entrega e mesmo de avaliação de um produto avariado bem mais lento.

O RT Direto inicialmente não foi adicionado à loja de aplicativos do Google, mas deve chegar em março deste ano com uma atualização. Nesta segunda versão, o app receberá melhorias na usabilidade, integração com Maplink e roteirização dos trajetos.

Adoção e investimento

De acordo com o gerente de TI da Supricel, a adoção do aplicativo pelos motoristas foi rápida. Em sua visão, não houve problemas de cultura, pois a maioria deles possuía um smartphone próprio. Como exemplo, Domingues indica que o número de celulares quebrados foi baixo – menos de 5%.

No entanto, Domingues explica que para evitar distrações e excessos de gastos no plano de dados, um servidor APN controla as conexões e acessos dos motoristas no celular. Ele afirma que pretende liberar aos poucos acessos a algumas aplicações que podem ajudar no trabalho das entregas, como Waze para navegação e WhatsApp para comunicação.

A Supricel gastou R$ 18 mil no projeto; os smartphones e os planos de dados foram feitos em comodato com a operadora de telefonia da companhia. Para os próximos passos, a empresa espera distribuir em curto prazo mais 250 smartphones com o aplicativo. O executivo espera que os 2,1 mil motoristas da frota de sua companhia utilizem o RT Direto até o final de 2016. Porém, cada um com seu próprio handset.

 

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