A Huawei permitirá que autoridades estrangeiras visitem seus laboratórios, disse o presidente da empresa Liang Hua à imprensa internacional nos bastidores do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos. A afirmação está no noticiário internacional da agência de notícia da Reuters.

Hua disse ainda que a Huawei investirá US$ 2 bilhões nos próximos cinco anos em sua capacidade de engenharia de software e confiabilidade do produto, e afirmou também que a segurança cibernética e a proteção da privacidade são uma “prioridade máxima”, acrescentando

A maior produtora mundial de equipamentos de telecomunicações enfrenta escrutínio sobre sua relação com Pequim e as alegações lideradas pelos EUA de que seus aparelhos poderiam ser usados para espionagem do governo chinês.

Na última segunda-feira, 21,  o ex-chefe de espionagem do Canadá, Richard Fadden disse que o Canadá deveria proibir a Huawei de fornecer equipamentos para as redes 5G canadenses.

As autoridades canadenses estão estudando as implicações de segurança das redes 5G, a mais recente geração de comunicações móveis, mas o relatório deve demorar mais um pouco para ficar pronto. A informação está no site da CNBC.

O embaixador da China na semana passada ameaçou retaliar se Ottawa bloquear a Huawei, um alerta que o governo canadense rejeitou. As relações entre os dois países azedaram desde que a CFO da Huawei Meng Wanzhou foi presa em Vancouver no mês passado. Recentemente, Pequim prendeu dois canadenses e sentenciou à morte um terceiro, que foi considerado culpado por contrabando de drogas.

Extradição?

O enredo da trama ficou mais complexo depois que, nesta terça-feira, 22, o embaixador do Canadá nos Estados Unidos, David MacNaughton, disse à imprensa que os EUA solicitarão a extradição da diretora financeira da Huawei. Em uma mesa redonda em Davos, Hua disse: “Estamos cientes da situação em questão e estamos acompanhando de perto, mas não temos comunicação direta com as autoridades”.

Entenda o caso

Meng Wanzhou, que além de diretora financeira é filha do fundador da Huawei Ren Zhegfei, foi presa no Canadá em dezembro do ano passado. A prisão, a pedido do governo dos Estados Unidos, esquentou ainda mais a guerra comercial entre EUA e China. Wanzhou recebeu liberdade sob fiança, porém, ela precisa aguardar no Canadá a resolução sobre o pedido de sua extradição que pode ser pedida até o dia 30 de janeiro. As autoridades alegaram que a CFO estaria envolvida em violações das sanções dos EUA contra o Irã.

Por conta das tensões, a Huawei mudou sua estratégia e colocou, inclusive, o discreto fundador Zhegfei para falar com a imprensa internacional. Zhegfei comentou sobre as preocupações levantadas pelo governo dos EUA, que alertou que o equipamento da empresa pode permitir que o governo chinês tenha um backdoor na rede de telecomunicações de um país que usa a tecnologia da Huawei. O fundador da empresa chinesa disse que a Huawei está comprometida com a segurança cibernética e a proteção da privacidade de seus clientes. Disse também que jamais prejudicaria qualquer país ou indivíduo.

Para completar o cenário, na semana passada, autoridades polonesas prenderam um cidadão chinês funcionário da Huawei e outro polonês sob a alegação de espionagem.

 

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