Qualcomm

Luiz Tonisi assumiu a presidência da Qualcomm na América Latina no começo de 2021. Foto: divulgação

| Publicada no Teletime | Com a decisão da Anatel de exigir o Release 16 para as redes 5G, a fornecedora Qualcomm corre para desenvolver produtos que sejam compatíveis com o padrão standalone da rede. Isso inclui não apenas a gama de smartphones para os quais fabrica chipsets, mas também equipamentos que receberão o sinal dentro da casa dos usuários, os CPEs (customer premises equipment). A questão é que o investimento no espectro será diferente porque a vida útil da quinta geração será maior, segundo argumentou nesta segunda-feira, 6, o novo presidente da companhia para a América Latina, Luiz Tonisi.

Durante o Fórum de Operadoras Inovativas, evento organizado por Mobile Time e Teletime e que foi a primeira aparição dele em eventos à frente da Qualcomm, Tonisi argumentou que o custo de bits por hertz vai diminuir significativamente com a maior oferta de espectro, tanto na faixa de 3,5 GHz (com pelo menos 80 MHz por bloco no leilão) como na de 26 GHz (com 400 MHz de capacidade). “O TCO [custo total de propriedade] do 5G é diferente”, afirma, contabilizando também a durabilidade da tecnologia. Segundo o executivo, o 4G deverá durar ainda mais de 10 a 15 anos, e o 5G entre 20 e 30 anos, mesmo com a inevitável chegada do 6G.

Na visão de Luiz Tonisi, a faixa de 26 MHz é a “joia da coroa” no leilão de 5G da Anatel, especialmente considerando esse longo prazo. Ele cita técnicas novas que permitem ampliar a cobertura, de apenas alguns metros para até 3 km em uma geografia plana, sem muitas barreiras para o sinal. E lembra que a faixa não está atrelada a obrigações no edital.

Aparelhos

Para lidar com o 5G, a estratégia da Qualcomm agora é a de diversificar a atuação para além dos chipsets para smartphones, que equipam aparelhos da Motorola, Xiaomi e Samsung, entre outros. Por isso, a empresa está desenvolvendo tecnologias para conectividade, tanto para equipamentos para o consumidor quanto para Internet das Coisas.

Segundo Tonisi, a fornecedora está desenvolvendo CPEs com parceiros para levar conectividade no 5G standalone para FWA. “Estamos desenvolvendo os aparatos. O Brasil colocou [a exigência do] Release 16 e standalone, o ‘latest and greatest’, mas se não tivermos devices, a gente estará resolvendo apenas parte da equação”, declara. Esses equipamentos vão também atuar como roteadores, recebendo o sinal 5G e transmitindo a conexão dentro da residência via Wi-Fi 5 ou 6E.

Outra estratégia da companhia para o País é a de redes privadas, com foco no agronegócio e indústria 4.0, além dos mercados de energia e transporte. “Estamos desenvolvendo um sistema, a Qualcomm quer construir redes – não necessariamente sozinha. Parceiros como a Highline e outros vão fazer parte do ecossistema para infraestrutura sólida para operadoras e outras verticais.” A fornecedora também trabalha para desenvolver módulos para IoT.

 

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