A ONU adotou na última quinta-feira, 21, uma resolução global (A/78/L.49) voltada para a inteligência artificial com apoio de todos 193 países da organização como signatários e com 123 patrocinadores, inclusive Brasil. O texto reforça temas como riscos à discriminação racial no mundo com o avanço da inteligência artificial generativa.
Apresentada na Assembleia Geral, a normativa de oito páginas identifica como prioridades a proteção aos direitos humanos, o monitoramento de riscos da IA e a identificação de boas práticas na tecnologia. Também aborda a necessidade de ‘capacidade técnica e financeira’ para países em desenvolvimento diminuírem o gap digital ante os países desenvolvidos.
O texto também indica que a tecnologia não pode ter design malicioso no desenvolvimento dos algoritmos e que os países devem garantir que serão preservados preceitos básicos da humanidade na era da informação, como proteção de dados e políticas públicas, por exemplo.
Pesos e contrapesos
Em conversa com a imprensa, Linda Thomas-Greenfield, representante do governo dos Estados Unidos na ONU, disse que a votação unânime significa que os países escolheram em uníssono governar a IA e não serem governados por ela, em especial em um ano em que metade da população do planeta vai às urnas. Afirmou ainda que o texto estabelece responsabilidades para não deixar ninguém para trás.
Thomas-Greenfield reconhece ainda benefícios notórios da IA, como prever desastres naturais, detectar e diagnosticar doenças para tratamento antecipado, além de trazer oportunidades para melhorar empregos, acabar com a pobreza, salvar vidas e equilibrar o planeta; mas alerta para riscos como o uso de IA generativa para reduzir a integridade dos debates políticos e que nenhum governo ou player global deve usar a IA para minar a paz e os direitos humanos.
Imagem principal: Assembleia Geral da ONU nos Estados Unidos na última quinta-feira, 22 (crédito: Evan Schneider/ONU)