O Google alterou o seu algoritmo de busca nesta semana: a partir de agora, vai privilegiar em seus resultados os links para sites que estejam adaptados para visualização em dispositivos móveis (smartphones e tablets). Como consequência, produtoras de sites móveis estão registrando um aumento da demanda, principalmente por parte de sites de e-commerce e de conteúdo, mas também marcas de produtos de consumo de massa.

Na Mobint, por exemplo, a quantidade de contatos dobrou nos últimos três meses. "Ainda é cedo para avaliar qual será a taxa de conversão, porque o ciclo de venda é longo. Mas em uma estimativa conservadora espero que nosso faturamento com desenvolvimento de web mobile em novembro esteja entre 30% e 40% maior do que foi em novembro do ano passado", comenta o fundador e CEO da Mobint, José Renato Mannis. Ele relata que a demanda vem principalmente de provedores de conteúdo de porte médio, porque os grandes possuem equipes internas para cuidar disso e os pequenos não têm como pagar. A Mobint é uma das poucas produtoras recomendadas oficialmente pelo Google para o serviço no mundo.

A Pontomobi, outra produtora mobile brasileira, com foco em grandes marcas, registrou um crescimento de 60% na demanda por sites móveis no primeiro trimestre em comparação com o quarto trimestre de 2014. "Houve um impacto direto.Mas não caiu do céu, não foi orgânico. A gente contactou nossos clientes ao longo dos últimos três meses para explicar os efeitos (da mudança no algoritmo do Google). Fizemos um trabalho bastante pró-ativo", explica Leo Xavier, CEO da Pontomobi.

Por sua vez, a Taqtile, que é especializada no atendimento a clientes de e-commerce, registrou um aumento de 20% na demanda por sites móveis em março deste ano em comparação com março de 2014. "São clientes pedindo para repensar seus sites para mobile. Alguns foram bem explícitos em apontar que a motivação era a mudança no algoritmo do Google", relata Danilo Toledo, CEO da Taqtile. A empresa, aliás, tem usado essa mudança do Google entre seus argumentos de venda.

ATUALIZAÇÃO (em 23 de abril): Cesar Bonadio, CEO da Viewit Mobile, empresa brasileira que oferece uma plataforma para adaptação de sites para visualização em dispositivos móveis, também confirma o aumento da demanda. O executivo enviou por email seu comentário sobre o tema: “Desde fevereiro notamos um maior interesse na adequação dos sites das empresas, também por conta da mudança de algoritmo no mecanismo de busca. Sentimos que os clientes que já estavam em processo de montar o site mobile passaram a solicitar as entregas dos projetos mais cedo para se beneficiarem da mudança. Entre os clientes que já haviam decidido implantar o mobile, essa mudança passou a pesar mais e as propostas que já estavam em campo andaram mais rápido. Outro fator relevante é o crescente volume de vendas de smartphones.”

Site responsivo ou exclusivo para mobile?

A maior parte da demanda é por sites responsivos, ou seja, que usem o mesmo código para as suas versões para desktop e para dispositivos móveis, adaptando o conteúdo automaticamente de acordo com o tamanho e o formato da tela. Essa é a escolha preferida por sites de conteúdo em geral, pois facilita a manutenção do site e melhora o seus resultados nos mecanismos de busca. Xavier, porém, lembra que o site responsivo nem sempre garante a melhor experiência para o consumidor em mobilidade. "Um site responsivo de restaurante, por exemplo, não traz click to call em seu telefone ou click to Waze em seu endereço", exemplifica.

A outra opção é produzir um site especialmente para dispositivos móveis. Essa costuma ser a escolha de sites de comércio eletrônico, ou quaisquer outros focados em conversão e performance.

Preços

Para atender a crescente demanda, as produtoras estão repensando suas formas de pagamento. A Mobint, por exemplo, cogita até mesmo solicitar uma máquina de cartão de crédito para aceitar pagamentos parcelados. O tíquete médio dos projetos está caindo e a clientela quer maior flexibilidade para pagar, descreve Mannis.

A produção de sites móveis sob medida, no entanto, continua sendo um negócio relativamente caro. Para empresas de pequeno porte, o melhor caminho é a adoção de plataformas com moldes prontos de criação de sites móveis. "Até reduzimos um pouco o preço por conta da concorrência. Tem gente que faz um preço bem baixo porque usa templates prontos, com qualidade inferior. Os projetos feitos sob medida, como os nossos, são bem mais caros. Hoje tenho uma equipe para fazer sites sob medida. Se eu usasse template estaria rasgando dinheiro", compara Toledo, da Taqtile.

Tela Viva Móvel

A edição deste ano do Tela Viva Móvel contará com uma sala paralela ao congresso, na qual acontecerá um workshop destinado a desenvolvedores móveis, com entrada a preço mais barato. Uma das palestras será sobre desenvolvimento em HTML5, com apresentação de Andre Garzia, representante da Mozilla Foundation no Brasil. Além disso, haverá sessões sobre desenvolvimento em Android, iOS e Windows Phone, assim como sobre ASO (App Store Optimization), teste remoto de apps, APIs móveis, back-end para apps etc. O Tela Viva Móvel acontecerá nos dias 5 e 6 de maio no WTC, em São Paulo. Mais informações sobre inscrições e as agendas do congresso e do workshop estão disponíveis no site www.telavivamovel.com.br.

 

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