A expectativa da IDC para 2019 é de as vendas de smartphones no Brasil, em número de unidades, caiam 4,3%, baixando para 42,5 milhões de aparelhos. O segmento de feature phones, por sua vez, deverá ter recuo de 6,3%, caindo para 2,4 milhões de unidades. De acordo com relatório apresentado pela empresa de consultoria, a redução acontecerá principalmente pelo fim da Lei do Bem, que pode ganhar substituto em breve. Com isso, o primeiro semestre será fraco e o segundo pode ganhar mais robustez com as discussões sobre a Reforma da Previdência e eventual aquecimento da economia no Brasil.
“No primeiro semestre de 2019, a gente vê o fabricante e o varejista se blindando para ver quem arca com o prejuízo. No primeiro trimestre, vimos os fabricantes colocando menos produtos no canal, para ter mais margem de negociação com o varejista. Mas também vimos o governo se movimentando para trazer uma nova lei do incentivo fiscal, com um subsídio muito próximo ao PPB (Lei do Bem)”, diz Renato Meirelles, analista de mercado em mobile phones e devices da IDC Brasil.
“Em contrapartida, quando a gente olha para uma ótica macroeconômica, vemos uma desaceleração no primeiro trimestre. Para o segundo trimestre terá uma ligeira melhora, inclusive com algumas marcas chinesas (leia-se Xiaomi e Huawei) entrando – ainda que timidamente – no mercado nacional. Mas o mercado todo está se resguardando para uma eventual melhora da economia com a reforma da previdência no segundo semestre”, completa.
Smartphones
A expectativa é que a disputa fique mais acirrada nas faixas mais caras e que se tenha um contínuo aumento do tíquete médio, como explica Meirelles: “Estamos falando de uma queda de 4,3% em unidades em 2019, passando de 44,4 milhões para 42,5 milhões de peças. Mas em receita crescerá 7%, saindo de R$ 58 bilhões em 2018 para R$ 62 bilhões no final de 2019. Nas faixas high (de R$ 2 a R$ 3 mil) e premium (acima de R$ 3 mil), os fabricantes começam a trazer novas tendências que aumentam o preço do produto. E o consumidor está disposto a pagar”, prevê o analista. “Estamos falando basicamente de um mercado de substituição, com pessoas que saem do primeiro smartphone e buscam por melhores atributos em sua próxima compra”, completa.