O deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União-MA), líder do União Brasil na Câmara, rejeitou o convite para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão foi confirmada em nota divulgada na noite desta terça-feira, 22.
“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil”, disse Fernandes.
No comunicado, o deputado também busca rebater especulações de que o recuo representaria o afastamento do partido da base do governo. “Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados”, afirmou o parlamentar
No comunicado, ele diz que sua liderança no União “permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil”.
Recuo
A confirmação de Pedro Lucas no Ministério das Comunicações chegou a ser anunciada no dia 10 de abril pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, após reunião entre Lula, o parlamentar, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o recém-exonerado Juscelino Filho. Em declaração à imprensa, ela informou que “Pedro Lucas só pediu até depois da Páscoa para assumir o ministério” porque teria que “encaminhar algumas questões pessoais”.
No entanto, um dia depois, na sexta-feira, 11, o deputado divulgou uma nota sinalizando que sua nomeação ainda não estava confirmada, pois “conforme alinhado com o próprio presidente, qualquer definição será construída coletivamente, em diálogo com a bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados”. O impasse envolve divergências sobre quem o substituiria na liderança do partido.
Para Lula, o União Brasil teria o “direito” de indicar o próximo ministro, considerando que Juscelino também é do partido.
Demissão de Juscelino
Juscelino Filho pediu demissão do cargo de ministro das Comunicações em 8 de abril, no dia em que se tornou público, pela imprensa, que a Procuradoria-Geral da República apresentou ao STF uma denúncia contra ele, por supostos desvios em emendas parlamentares enquanto era deputado federal. O caso tramita em sigilo e ele nega as acusações. O afastamento do posto seria para se concentrar na defesa e “em respeito ao governo”, segundo ele.