Com o advento do 5G, as teles terão um aumento significativo da quantidade de dispositivos conectados às suas redes, assim como do número de parceiros de negócios oferecendo soluções nas mais diversas verticais, o que significa mais contratos de SLA (acordos de nível de qualidade) a serem cumpridos. Além disso, o 5G permitirá o chamado “network slicing”, que consiste em repartir a rede de forma a oferecê-la com diferentes níveis de velocidade e latência de acordo com a aplicação, o que, por sua vez, demanda ainda mais flexibilidade dos sistemas de billing, com precificação em tempo real baseada em uma grande variedade de parâmetros. Em outras palavras, vai ficar ainda mais complexo para as operadoras gerirem seus negócios, o que representa uma oportunidade para fornecedores de soluções de garantia de receita e de combate à fraude. É o que espera Rui Paiva, CEO da WeDo, uma das principais fornecedoras desse setor.

“A combinação de 5G e IoT trará muitos novos elementos a serem controlados. E se cruzar isso com as novas obrigações legais, como o GDPR, o cenário se torna ainda mais complexo”, comentou Paiva durante o seminário WeMeet, organizado pela empresa, nesta quarta-feira, 21, em Cascais, Portugal.

No 5G, as teles têm a oportunidade de firmar parcerias com inúmeras empresas, de diferentes verticais, para o provimento de variados serviços digitais. Com o network slicing, provavelmente companhias diversas precisarão também de serviços de garantia de receita e de controle de fraude. Paiva lembra que, antes do 5G, a WeDo procurava adaptar sua solução de garantia de receita para outros setores que não telecom, como o de utilities. Agora, com o network slicing do 5G, provavelmente empresas de verticais diversas usarão a rede móvel para tráfego de dados e precisarão de soluções de garantia de receita. “Devem aparecer novas oportunidades para a gente”, prevê.

Modelo de negócios

Por outro lado, o modelo de negócios da WeDo começa a mudar. O CEO percebe um crescente interesse das operadoras por um modelo de “pay as you use”, em vez de investir na aquisição de uma plataforma. Ou seja, querem trocar Capex por Opex, com valor variável dependendo dos resultados obtidos. Na prática, o fornecedor acaba coinvestindo na solução. A WeDo enviou uma primeira proposta do gênero no mês passado para uma operadora latino-americana. Paiva acredita que gradualmente deverá ocorrer uma migração dos clientes para esse novo modelo.

5G no Brasil

A WeDo vê com bons olhos a proposta do governo brasileiro de realizar um leilão de 5G sem viés arrecadatório, pois isso significa que as operadoras terão mais dinheiro para investir em equipamentos e soluções para as suas redes, em vez de gastar com as licenças. “Faz sentido e definitivamente é bom para o mercado. Veja o que aconteceu na Alemanha: gastaram quase 6 bilhões de euros no leilão e agora não se sabe com que dinheiro vão construir as redes de 5G”, comentou Bernardo Lucas, CMO da WeDo.

Lançamentos

A WeDo anunciou durante o seu evento o lançamento da versão 8.1 da RAID, sua plataforma de garantia de receita e gestão de fraude. A nova versão traz uma série de aprimoramentos no processamento de dados, integração de big data, interface, dentre outras áreas. De acordo com a empresa, foi desenhada pensando na transformação digital das teles.

Outra novidade anunciada pela WeDo é a Wave, sua nova oferta de gerenciamento de serviços, que traz como diferencial a experiência e know-how dos profissionais da companhia.

 

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