A TIM iniciou testes com 5G na faixa de 3,5 GHz em três localidades no Brasil: Campina Grande (PB), Santa Rita do Sapucaí (MG) e em Florianópolis (SC). O presidente da operadora, Pietro Labriola, anunciou a iniciativa durante apresentação no Painel Telebrasil 2019 nesta quarta-feira, 22. Os trials são feitos com acesso fixo-móvel (FWA) em parceria com instituições acadêmicas e conta com as três maiores fornecedoras, Huawei, Ericsson e Nokia; distribuídas em cada cidade. “Somos ecumênicos, assim ninguém fica chateado”, brincou o executivo.

Labriola afirma que os testes têm como objetivo fazer a empresa entender melhor o funcionamento da tecnologia. “Fazer em laboratório é uma coisa, lá fora pode ter problema de interferência”, diz, ressaltando que a empresa entendeu que o experimento individual seria complementar ao que a Anatel tem executado no Rio de Janeiro com a mesma faixa de 3,5 GHz. O impacto no sinal de TVROs é inclusive um dos motivos pelo qual a TIM optou por começar logo o trial. “É muito importante para nós ter uma efetiva visibilidade do problema de interferência, porque é uma tecnologia ainda muito jovem. Isso vai nos ajudar a entender”, diz. O diretor regulatório da operadora, Mário Girassole, completou que o problema não é tão grave. “Nossas avaliações técnicas não verificam essas interferências tão relevantes. Nós vimos que foi muito menor”, alega. E alfineta: “Uma coisa é dizer que não quero porque tem interferência, outra é ter interferência porque não quero”.

Detalhes

A TIM tem licença de uso experimental de 100 MHz de capacidade na faixa de 3,5 GHz por 60 dias, prazo que pode ser prorrogado. O acesso FWA terá também objetivo de possibilitar alternativa para levar acesso fixo por rede móvel, de modo semelhante ao que a TIM já faz com a tecnologia WTTx, mas agora com maior robustez do 5G. Em testes realizados na terça-feira, a operadora já atingiu velocidades de 900 Mbps com a tecnologia. Além disso, a empresa experimenta aplicação de realidade virtual e aguarda a possibilidade de replicar o mesmo teste com carros autônomos que a controladora Telecom Italia executou recentemente.

Pietro Labriola diz os testes não indicam uma preferência da operadora em relação à faixa de 3,5 GHz ou mesmo dos fornecedores para a futura implantação da tecnologia 5G. “Hoje estamos fazendo testes com os três fornecedores com tecnologia disponível, então é a melhor coisa a fazer. Ainda é muito cedo para dizer qual vai ser o fornecedor”, comenta.

Os testes de cada cidade

O teste em Florianópolis conta com a parceria da Fundação CERTI, com a Huawei como fornecedora. Nessa iniciativa, a TIM pretende acelerar implantação de aplicações de Cidades Inteligentes, Agricultura Inteligente, Indústria 4.0, Entretenimento, Saúde, Carros Autônomos, e Realidade Virtual.

Em Santa Rita do Sapucaí, os parceiros são a Ericsson e o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). A ideia é implantar soluções inteligentes para iluminação, segurança e rastreamento de veículos dentro do contexto de Internet das Coisas. A companhia pretende conectar os postes para cobrir todo o município mineiro com a rede 5G. No futuro, a ideia é instalar câmera de segurança nos postes com solução de identificação facial e estacionamento inteligente.

Já em Campina Grande, os testes são em parceria com o Núcleo Virtus (Núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação, Comunicação e Automação) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Nokia. O foco é em Cidades Inteligentes, utilizando plataforma de NB-IoT.

A TIM pretende contar com a experiência da Telecom Italia em testes de 5G com soluções nas cidades de Turim, Bari, Matera e República de San Marino.

 

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