Começaram as primeiras campanhas em RCS com disparos simultâneos para as quatro grandes operadoras do Brasil. Os dois primeiros clientes a experimentarem esse canal de mensageria móvel para se comunicar com usuários de Claro, Oi, TIM e Vivo são os governos estaduais de Alagoas e da Bahia. Ambos lançaram há poucas semanas campanhas informativas por RCS sobre o novo coronavírus. Até então, a maioria das campanhas com esse canal foram feitas individualmente por cada operadora, geralmente para comunicar alguma promoção para sua base de assinantes.
Nas campanhas sobre Covid-19, os dois governos estaduais estão se baseando na lei federal 12.527, que permite a órgãos públicos enviar informações de interesse coletivo aos cidadãos. As bases que estão recebendo as mensagens, contudo, são relativamente pequenas. O primeiro envio em Alagoas foi para 60 mil pessoas. E na Bahia foi para 20 mil. Um dos obstáculos para campanhas maiores é a baixa penetração do RCS no parque de aparelhos – é necessário ter um app de mensagens compatível com essa tecnologia instalado no smartphone, como o Android Messages. Estima-se que a proporção de aparelhos habilitados esteja entre 5% e 6% nos dois estados.
Somando os dois governos, já foram feitos seis disparos. As mensagens propõem uma conversa com o cidadão, trazendo informações de utilidade pública em texto e vídeo sobre o novo coronavírus.
“A conversão que estamos tendo é 18 vezes maior que no SMS. E três vezes maior do que com uma URA telefônica”, relata Robson Galiano, sócio-fundador da Microtarget, empresa responsável pelas campanhas, feitas em cima da plataforma de RCS do Google.
O terceiro governo a experimentar o canal será a prefeitura de Santos/SP, também com uma campanha informativa sobre a Covid-19.
Modelo de negócios
Atualmente, Claro, Oi e Vivo estão conectadas diretamente à plataforma de RCS do Google. A TIM ainda não está, mas seus assinantes recebem as mensagens por meio da solução Google Guest Cloud. A Microtarget é um dos integradores de RCS conectados ao Google.
A empresa está negociando individualmente os contratos com cada operadora. Ao contrário do SMS, a cobrança não é por mensagem, mas por sessão. Ainda falta, contudo, uma padronização mais clara do modelo e também dos preços, diz Galiano.
O executivo está entusiasmado com o potencial do RCS. “Estamos há 11 anos no mercado. Nunca vi nada com tantas possibilidades quanto o RCS para comunicação B2C. Digo tanto com a visão de marketing quanto com a de tecnologia. Dá para automatizar todo o seu processo de comunicação ou de vendas em uma única ferramenta”, comenta.