Há uma série de iniciativas de governos em países latino-americanos para estimular o uso de serviços financeiros em smartphones, mas falta uma padronização a nível regional. Este é um dos desafios para o desenvolvimento de projetos de dinheiro móvel e carteiras digitais na América Latina, avalia a DoCoMo Digital, em recente white paper publicado sobre o tema.

Na análise da companhia, o crescimento no uso de smartphones e de Internet móvel na América Latina assim como o avanço da classe média na região na última década não foram acompanhados por um desenvolvimento dos serviços financeiros tradicionais. Isso abre uma oportunidade para a oferta de serviços financeiros digitais através de fintechs e das teles, com soluções de dinheiro móvel. Mas uma padronização regulatória em âmbito regional ajudaria a acelerar isso.

No documento, a empresa analisa o cenário e as iniciativas governamentais e regulatórias de fomento à economia digital em seis países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México.

Na Argentina, o governo criou uma divisão dedicada a fintechs, para tentar promover esse ecossistema. Além disso, recebeu um empréstimo de US$ 300 milhões do BID para aplicar em conectividade e inovação digital.

No Brasil, a DoCoMo destaca a abertura do mercado financeiro para fintechs por parte do Banco Central, que facilitou, entre outras coisas, a criação de contas por meio digital, desburocratizando o processo.

Na Colômbia, a superintendência de finanças lançou um programa de incentivo a fintechs, o Innovafsc, que faz parte de um projeto maior de digitalização da economia do país, incluindo metas de qualidade de serviços de conectividade, como uma velocidade mínima de download de 25 Mbps.

No México, o governo promete construir um sistema de pagamentos digitais sem custo adicional para os cidadãos, e quer transferir para carteiras digitais os pagamentos de benefícios sociais dentro de 18 meses.

No Peru, o governo incentivou a criação de uma carteira de dinheiro móvel interoperável entre bancos e operadoras celulares.

No Chile, parcerias público-privadas devem levar cobertura Wi-Fi gratuita para 90% das cidades até 2020.

A DoCoMo aposta que o surgimento de novos players no ecossistema de serviços financeiros digitais na América Latina, junto com o fortalecimento de novas tecnologias, como 5G e inteligência artificial, vão contribuir para o desenvolvimento desse segmento na região.

 

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