A rede paranaense de varejo Lojas MM lançou neste mês a primeira versão do seu aplicativo móvel (Android, iOS). A expectativa é de que o canal móvel responda por 3% das vendas em 2019, enquanto o site web representará 7%. As Lojas MM registraram receita total de R$ 680 milhões no ano passado. A projeção é subir para R$ 750 milhões neste ano e chegar a R$ 1 bilhão em 2020.
Há duas características importantes que diferem o app de muitos outros de m-commerce. A primeira está na sua integração com os sistemas de estoque das 190 lojas físicas do grupo, permitindo ao consumidor retirar a compra na filial mais próxima que tenha a mercadoria em estoque, poucos minutos após o pagamento.
A segunda característica relevante é a decisão de pagar comissão ao vendedor que receber o consumidor na loja para a entrega do produto comprado no app. Desta forma, os vendedores apoiam o novo canal e aproveitam a oportunidade para oferecer produtos ou serviços complementares.
“Nos testes que fizemos em concorrentes percebemos que quando o cliente chegava para pegar a mercadoria o vendedor não tinha interesse nenhum em atendê-lo”, relata Juliana Pauliki Michalowski, superintendente da Lojas MM.
A executiva comenta que ainda é cedo para medir os resultados, pois o app está há menos de um mês no ar. “Mas acredito que o cliente do app será dessa nova geração, que já nasce com o celular na mão. E vai pegar também aquele cliente que quer facilidade e agilidade”, prevê.
Várias outras funcionalidades serão adicionadas ao app no futuro. “Queremos que seja um app de relacionamento em que o cliente não consiga apenas comprar, mas possa acompanhar a entrega, a montagem, pagar as parcelas pelo app, renegociar sua dívida etc”, informa Michalowski.
O aplicativo foi desenvolvido pela Neomode.
Transformação digital
A Lojas MM tem 40 anos de existência. O lançamento do app faz parte de um projeto maior, que consiste na transformação digital da companhia, com investimento total de R$ 25 milhões em três anos.
“No planejamento estratégico de 2017 a 2020, decidimos que não poderíamos envelhecer. Precisávamos acompanhar esse movimento de transformação digital do mercado”, explica a superintendente.
Como parte desse processo, além do app, a companhia criou um laboratório de inovações, o MM Labs. Outra iniciativa é a entrega de smartphones para todos os 800 vendedores do grupo, que poderão realizar as vendas em lojas diretamente nos dispositivos móveis. A empresa tem hoje uma assistente virtual que funciona na sua intranet, servindo aos funcionários. E há planos de lançar um robô de conversação para vendas ao consumidor final dentro do Facebook Messenger, desenvolvido pela Neomode, a mesma empresa que produziu seu app.