Stephane Richard, chairman da GSMA e CEO da Orange, declarou hoje que existe um risco real de fragmentação de marketing e tecnologias com restrições de acesso a componentes e equipamentos em função das questões de segurança que estão sendo levantadas para o 5G. Ele deu as declarações durante a abertura do MWC19 Los Angeles, versão para as Américas do Mobile World Congress, que acontece esta semana nos EUA. Sem citar empresas, países ou casos específicos (ainda que o pano de fundo seja, obviamente, a pressão dos EUA em relação aos fornecedores chineses, especialmente à Huawei), Richard lembrou que a indústria móvel investe US$ 2,3 trilhões ao ano e que tem confiança na  cadeia de suprimentos baseada em um ecossistema global e que ao longo dos anos esta cadeia tem permitido queda de preços. Mas barreiras que eventualmente sejam impostas podem fazer com que diferentes países desenvolvam e utilizem tecnologias diferentes, contribuindo para uma fragmentação do ecossistema. Para o chairman da GSMA, associação que congrega todos os principais players do mercado de conectividade móvel, a crescente parcela da tecnologia baseada em software permitirá o desenvolvimento de novas empresas no ecossistema.

Por outro lado, o chairman da GSMA reconheceu que existem riscos inerentes à crescente importância das tecnologias e modelos baseados em dados. “A vulnerabilidade de nossa vida digital é hoje o risco número um apontado pelas autoridades, mais que terrorismo e guerra. Existe o riso de exploração e manipulação de dados por empresas e governos. E essa falta de confiança pode ser uma barreira de crescimento. Sempre estivemos do lado de parceiros confiáveis e seguimos engajados nas políticas para achar o equilíbrio entre proteção de dados, inovação e segurança.  Os governos devem garantir que as políticas sejam neutras do ponto de vista tecnológico”, disse Richard. “Encorajamos a declaração digital para mitigar os riscos e testar soluções comuns de segurança para toda a cadeia mundial”. Um dos aspectos que a GSMA tem cobrado é uma uniformização global das regras de proteção de dados pessoais.

Outro risco apontado pelo executivo é o de que os benefícios da vida digital não sejam distribuídos de maneira equânime entre a população, e ressaltou a importância de que os benefícios do 5G  sejam compartilhados entre “pessoas, planeta e resultados financeiros”.

 

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