O secretário de telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Vítor Menezes, que participa esta semana do MWC19, que acontece em Los Angeles, disse para Teletime que o edital de 5G apresentado pelo conselheiro Vicente Aquino na semana passada traz uma inovação importante em relação à possibilidade de inclusão de operadoras entrantes no mercado. Ele também elogiou o modelo de “beauty contest”, ou “concurso de beleza”, em que leva quem oferecer a maior quantidade de contrapartidas. Para o secretário, ainda existem algumas questões que a Anatel precisará responder antes de publicar o edital, como a questão da sincronização das redes com uma divisão de áreas mais fragmentadas e os critérios de desempate no caso de contrapartidas similares, mas a proposta é positiva por estimular a competição. Vale lembrar que o secretário já ocupou, quando estava na Anatel, a superintendência encarregada da gestão do espectro e dos processos de outorgas.
Segundo Vitor Menezes, o fato de o relator ter apresentado a proposta antes de o ministério oficializar as diretrizes políticas que pretende dar ao leilão de 5G não é um problema. “A gente ainda vai soltar a portaria com essas orientações, mas o edital está alinhado com o que a gente está pensando”, disse ele. Esta portaria deve ser publicada tão logo haja uma conclusão dos testes das operadoras sobre a questão das interferências na faixa de 3,5 GHz.
Interferências progressivas
Uma das questões que estão sendo ponderadas por pessoas que acompanham o edital de 5G é se o modelo colocado pelas teles de mitigação pontual das interferências por meio de filtro apenas nas localidades em que o 3,5 GHz vier a ser ativado será viável no novo desenho do edital de 5G que está sendo proposto pelo conselheiro Vicente Aquino. Com a possibilidade de entrada de vários pequenos e médios operadores na faixa, avaliam as fontes, é essencial que o problema das interferências de 5G estejam bem equalizadas com os serviços de satélites. A tendência, caso se confirme a entrada destes pequenos e médios operadores no mercado de 5G, é que pequenas cidades e mesmo algumas áreas de menor interesse econômico, onde a recepção dos sinais de TV por satélite (TVRO) tende a ser mais comum, tenham serviços de 5G acelerados, o que aumenta a possibilidade de interferências.