| Publicada originalmente no Teletime | A Winity está aberta a utilizar qualquer tipo de rede de transporte para implantar a infraestrutura necessária para cumprir as obrigações com a utilização da faixa de 700 MHz. O CTIO da empresa, Estevam Araujo, estima que pelo menos 30% dessas obrigações editalícias sejam cumpridas pela empresa com soluções que não sejam terrestres – por exemplo, o satélite.

Conforme determinado no edital do leilão de espectro do ano passado, a companhia terá que implantar a cobertura das rodovias e demais localidades até dezembro de 2023. Nesse período, a expectativa é de implantar 800 sites nessas áreas, revelou Araujo durante painel do Teletime Tec Redes & Infra, evento realizado por Teletime nesta terça-feira, 22.

O trabalho de construção das antenas será terceirizado, mas a operação será da própria Winity. “Os sites serão nossos, e grande parte deles estará em beira de estradas, então tem que regularizar isso”, explica o executivo. A empresa já realiza os trâmites para as licenças com o DNIT e demais entes públicos.

“A gente não vai investir em transporte próprio. Faremos com parceiros, então estamos discutindo com empresas de fibra, satélite, micro-ondas etc.” Ou seja, o backhaul poderá utilizar a tecnologia que mais faça sentido para a empresa, incluindo o uso de rede neutra. As torres em si também poderão ser compartilhadas, um modelo que a Winity já pratica em uma planta de 150 sites, segundo Araujo.

Apesar de a infraestrutura passiva já ter sido adiantada com o investimento em aquisição de torres e metal, a parte de hardware das antenas ainda não foi definida. “Já estamos com uma RFP [request for proposal], com um piloto testando a solução, mas ainda não começamos a contratar a eletrônica.”

Viabilidade

Por ser uma cobertura em rodovias, incluindo uma estimativa de 40% dos locais sem acesso à rede elétrica, há um desafio operacional. Estevam Araujo explica que haverá um custo mais elevado, sobretudo considerando o índice de furtos e vandalismo de baterias. Ou seja: são áreas onde a implantação será totalmente “greenfield”.

“A gente se propõe a construir rede onde ela não existe, onde nunca teve viabilidade econômica”, coloca. Por isso, há a expectativa de que a rede possa ser monetizada ao máximo possível. “Quanto mais usuários e empresas usando a nossa rede, maior será nossa medição de sucesso. Precisamos de fato compartilhar, e modulamos cada solução de acordo com a demanda do cliente.” Nesse modelo, há conversas com diversos atores, incluindo provedores regionais, MVNOs de empresas de fora do setor de telecom e com redes privativas. Claro que, vale lembrar, boa parte disso ainda passa pelo acordo com a Vivo, que ainda aguarda deliberação no Cade.

 

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