A explosão no mercado de aplicativos para dispositivos móveis deverá resultar em 268 bilhões de downloads e uma receita de mais de US$ 77 bilhões em 2017, de acordo com previsão do Gartner divulgada nesta quinta-feira, 23. Por conta disso, a empresa de pesquisas afirma que os usuários irão ceder cada vez mais informações pessoais, chegando a mais de cem apps e serviços por dia.

A companhia diz que desenvolvedoras aproveitam isso, especialmente em aplicativos gratuitos, que são a grande maioria (92%) dos downloads. Assim, os usuários têm aceitado trocar tais informações por publicidade direcionada ou mesmo conectividade, como no modelo anunciado recentemente pela operadora norte-americana AT&T (e já praticado por algumas teles brasileiras em planos pré-pagos).

Com isso, aumenta o conhecimento das marcas sobre os consumidores por meio do que o Gartner chama de computação cognitiva, que junta informações como dados demográficos, localização, preferência, hábitos e até círculos sociais. A empresa prevê que já em 2015, a computação cognitiva será a chave para permitir soluções de casas conectadas. Com os dados do usuário, seria possível antecipar que ele está chegando à sua residência, ligando luzes ou o aquecedor da casa com antecedência, por exemplo.

A companhia de pesquisas acredita que Google, Amazon, Facebook e Apple devem sair na frente nesse mercado devido à relação que já possuem com seus consumidores, especialmente quando se fala em confiar dados pessoas aos servidores na nuvem. Ainda assim, a previsão é que haverá necessidade de soluções precisarem transitar entre várias marcas e plataformas para conseguirem ser realmente inteligentes. "Aqueles que são restritos a uma única marca são mais prováveis de perderem o viés competitivo", afirma a empresa, sem citar um dos players que faz justamente isso: a Apple, com seus protocolos fechados e intercomunicação exclusiva entre dispositivos da marca.

Acessórios de vestir

Nos próximos três ou quatro anos, ainda de acordo com a previsão do Gartner, aplicativos não estarão mais confinados a smartphones e tablets, impactando mais dispositivos como eletrodomésticos e acessórios de vestir, também chamados pela expressão inglesa "wearable devices" e que seriam responsáveis por 50% do "total de interações com aplicativos" em 2017. Isso porque essas novas plataformas de vestir irão utilizar os apps para troca de dados e interface de usuário, já que os próprios dispositivos não teriam interface própria.

Isso já acontece com acessórios como pulseiras para registro de atividades físicas. Alguns desses dispositivos até possuem indicadores rudimentares, mas grande parte do acompanhamento dos treinos está na interface com aplicativos móveis e no computador. O Gartner não cita, entretanto, tendência reversa de que smartphones passem a incorporar esses sensores: o iPhone 5S possui um processador de movimento que permite contar passos, por exemplo.

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!