Metade dos profissionais de seguros acreditam que o open insurance, ou Sistema de Seguros Aberto, terá impactos nos negócios somente a partir de 2025. O resultado, publicado nesta segunda-feira, 23, está na revisão do estudo “Análise de Mercado do Open Insurance”, da Capgemini, feito em 2022.
A pesquisa, realizada com amostra de 78 pessoas, aponta uma desacelaração nas perspectivas sobre a velocidade de implementação do open insurance, no Brasil. Em 2022, na versão original do estudo, 30% dos entrevistados acreditavam que o sistema começaria a impactar em 2025 e a maioria (38%) pensava que isso ocorreria em 2024.
Se somadas com as respostas que apontam para além de 2024, o número de pessoas que apostam em uma implementação mais demorada alcança mais de 80% dos profissionais, na versão revisada de 2023. A quantidade de pessoas que acreditam que o open insurance nunca trará impactos para os negócios subiu de 3% para quase 10%.
Dentre as consequências estratégicas mais relevantes do open insurance, os entrevistados acreditam que: o lucro das empresas não vai cair (79%); novos produtos serão desenvolvidos (77%); não haverá exclusão de clientes (77%); os canais de distribuição de seguros se diversificarão; e haverá surgimento de novas seguradoras (73%).
Os ramos em que eles preveem consequências mais relevantes continuaram mais ou menos os mesmos de 2022 para 2023. Na revisão do estudo, são: automóvel (76%), vida (73%), previdência (64%), seguro massificado (58%), voltado à venda em larga escala, saúde (54%), prestamista (49%), voltado para o pagamento de prestações, capitalização (40%), grandes riscos (32%) e rural (31%).
Os respondentes também avaliam que a sociedade tem pouco conhecimento sobre o open insurance – 2,4 em uma escala de 0 a 10. O conhecimento dos profissionais foi avaliado em 5,2, e o preparo tecnológico do setor, em 5,3. No entanto, a intenção das seguradoras e insurtechs de investirem em tecnologia para a adequação ao open insurance permanece na nova versão do estudo. Isso também se dá em função do início do compartilhamento de dados dentro do ecossistema, que foi adiado de setembro de 2022 para março de 2023.
Metodologia
Assim como o estudo original, a revisão foi baseada em duas abordagens. A primeira se trata de uma uma análise teórica do open insurance, com consulta bibliográfica sobre o que tem sido publicado a respeito do assunto no Brasil e no mundo, além de uma avaliação das tendências do mercado.
A outra abordagem foi a realização de uma pesquisa com prestadores de serviços do mercado de seguros do País, que operam ou vão operar com o open insurance – como seguradoras, grandes corretoras, insurtechs, resseguradoras e entidades representativas. O questionário foi o mesmo nas duas versões do estudo, realizada entre setembro e início de outubro de 2022, com respostas de 78 executivos.