A Ericsson terminou o ano de 2023 com um prejuízo líquido de SEK 26 bilhões (coroas suecas), ou US$ 2,6 bilhões na conversa do final de dezembro, comparado com o lucro de SEK 20 bilhões (US$ 2 bilhões) no ano anterior, um resultado puxado pelo fraco apetite das operadoras por RAN 5G, exceto na China, que manteve os investimentos em alta.
Na receita de vendas foi registrada queda de 3%, com SEK 263 bilhões (US$ 26 bilhões) contra SEK 271,5 bilhões (US$ 27 bilhões) em 2022. E o EBIT teve prejuízo de SEK 20 bilhões (US$ 2 bilhões), ante um lucro de SEK 27 bilhões (US$ 2,7 bilhões) um ano antes.
Em carta aos acionistas, o CEO da companhia, Börje Ekholm, creditou o resultado à baixa demanda das operadoras fora da China por equipamentos de rádio, em especial no 5G. Outro fator que impactou as receitas foi a compra da Vonage.
Entenda
No documento para seus investidores, Ekholm afirmou que o mercado de rede fora da China deve continuar em queda com “incertezas similares” ao ano de 2023, embora tenha esperança de consumo: “Na nossa opinião, os atuais níveis de investimento são insustentavelmente baixos para muitas operadoras. Mas estamos confiantes que uma recuperação do mercado se materialize”.
“No entanto, o tempo para a recuperação do mercado está na mão dos nossos consumidores”, informou aos acionistas. “É fundamental para nós liderarmos o mercado em tecnologia enquanto ele foca em eficiência operacional, isso para garantir que estamos bem-posicionados enquanto o mercado se recupera”, completou.
Além da liderança tecnológica, o CEO da fornecedora também citou a expansão de atuação no segmento corporativo, em especial com novas formas de monetização (APIs de redes) e ofertas de soluções de redes wireless (redes privativas, por exemplo).
Embora esteja em momento de baixa demanda e não esteja “contente com a lucratividade”, Ekholm citou o acordo de US$ 14 bilhões com a AT&T em OpenRAN como um ponto positivo.
Segmentos e regiões
De acordo com o resultado divulgado nesta terça-feira, 23, o segmento de redes (o principal negócio da empresa) fechou em queda de 11% em 2023 com receita de SEK 171 bilhões (US$ 17 bilhões), ante SEK 193,5 bilhões (US$ 19 bilhões) de 2022.
Já a divisão de serviços de nuvem e software cresceu 5%, de SEK 60,5 bilhões (US$ 6 bilhões) para SEK 63,5 bilhões (US$ 6,3 bilhões). E a divisão empresarial (enterprise) registrou um aumento de 75% nas receitas, um salto de SEK 14,5 bilhões (US$ 1,4 bilhões) para SEK 26 bilhões (US$ 2,6 bilhões) em um ano.
Por região, o conjunto de Sudeste Asiático, Oceania, Índia registrou alta de 62%, de SEK 33 bilhões (US$ 3,2 bilhões) contra SEK 53 bilhões (US$ 5 bilhões). Por sua vez, a América Norte teve queda de 38%, de SEK 95 bilhões (US$ 9,5 bilhões) para SEK 60 bilhões (US$ 6 bilhões).
Ainda vale destacar que a região na qual o Brasil está inserido no balanço da Ericsson (Europa e América Latina) teve um recuo de 3%, de SEK 67 bilhões (US$ 6,6 bilhões) para SEK 65 bilhões (US$ 6,4 bilhões) na comparação ano a ano.
Imagem principal: CEO da Ericsson, Börje Ekholm (divulgação: Ericsson)