Uma das maiores dificuldades para novos aplicativos móveis é serem encontrados dentro dos oceanos que se tornaram as duas principais lojas do mercado, a App Store e a Google Play, cada uma com mais de 1 milhão de títulos em catálogo. Para ajudar nessa tarefa, surgem empresas especializadas em App Store Optimization (ASO), uma espécie de adaptação do Search Engine Optimization (SEO), adotado por sites web. Dentro das lojas de aplicativos, até a acentuação de uma palavra no título, na descrição ou nas tags pode fazer diferença entre ser ou não ser encontrado pelos consumidores. "Tivemos um caso em que descobrimos que grafando "onibus", sem acento, era melhor", comenta Ludmilla Veloso, co-fundadora da Eyso, uma das poucas empresas no Brasil a oferecer o serviço de ASO para desenvolvedores. O app em questão era o "Onibus ao Vivo".
Faz parte do ASO definir o título, a descrição e as palavras-chave de um app de forma a torná-lo mais facilmente encontrado. Obviamente, outros fatores, como quantidade de downloads e de reviews positivos, também são levados em conta pelos algoritmos de busca das lojas, na hora de exibir os resultados da pesquisa. E fatores mais subjetivos, como a escolha de um logotipo e de screen shots atraentes, também fazem a diferença na decisão do usuário de baixar ou não um app.
Uma boa estratégia de ASO, sozinha, não é suficiente para fazer nenhum aplicativo explodir em downloads, mas ajuda a potencializar os resultados de outras ações de marketing, como campanhas de download pago (CPI, ou custo por instalação), de assessoria de imprensa, de marketing de guerrilha ou de mídia de massa. Aliás, é importante que as ações sejam combinadas. Ou seja: se o app lançar um comercial na TV com uma celebridade, por exemplo, é bom ter o nome dela entre as suas palavras-chave. "Você precisa se preparar pare receber o tráfego", explica Ludmilla. Nas suas contas, uma boa utilização de ASO faz aumentar de 50% a 75% os resultados em downloads dos outros esforços. Uma outra forma de enxergar os benefícios do ASO: ele reduz em mais ou menos 70% os custos com campanhas de CPI – pelo menos essa foi a constatação da Eyso com seus clientes até agora.
Os dois primeiros meses são definidores para o sucesso de um aplicativo. Logo na primeira semana, o título pode receber algum destaque nas lojas só pelo fato de ser novo. Se estiver bem posicionado, na categoria certa, com as palavras-chave adequadas, e com um razoável investimento em marketing, o desenvolvedor consegue aproveitar o boom de lançamento para garantir uma posição entre os primeiros do ranking. "Para entrar em um segmento competitivo, você precisa conquistar território rapidamente", comenta Ludmilla. O esforço varia de acordo com a categoria, pois algumas são mais concorridas que outras. Aquelas de dating, estilo de vida e fotografia estão entre mais disputadas.
Se o app realiza com sucesso a sua estratégia de lançamento e consegue entrar para o ranking dos mais baixados em sua categoria, no seu país, o objetivo passa a ser outro: manter-se no topo, o que também é difícil. "Em média cada app fica seis meses instalado em um smartphone. Para ficar mais tempo, só aqueles que oferecem uma experiência incrível, ou uma conveniência muito boa, como apps de banco ou de táxi", avalia.
A Eyso oferece uma plataforma de ASO com algumas funcionalidades gratuitas para desenvolvedores independentes, incluindo guias para melhorar o título e a descrição dos apps, assim como mecanismos de acompanhamento do desempenho do app nas lojas. Quem quiser, pode terceirizar parte da gestão de ASO para a Eyso e pagar por isso. A empresa oferece desde o serviço de design de logotipo do app até o gerenciamento para manutenção de apps no topo dos rankings. "Nossa missão é que os apps cresçam. Queremos que desenvolvedor indie se torne um empreendedor", resume Ludmilla. Mais de 1 mil apps já usaram a plataforma da empresa, que agora está abrindo um escritório na Europa, para onde quer expandir seus negócios.