Meta; Mark Zuckerberg

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, apresenta o projeto de assistente virtual CAIRaoke em videoconferência

A Meta (antiga Facebook) apresentou uma série de novidades em inteligência artificial (IA) nesta quarta-feira, 23. Entre as inovações da holding estão um novo modelo neural para construir assistentes virtuais; a utilização de construção de modelos de IA baseados em autoaprendizado de máquina; um consórcio para avançar em computação visual; e um novo sistema para tradução universal de conteúdo em voz.

Na visão do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, essas tecnologias servirão como alicerce para a criação do Metaverso: “Nós estamos com modelos simples de machine learning para compatibilizar as informações, como em pesquisa ou quando tiramos uma foto. Também estamos avançando com a computação, que se torna mais fácil de usar, mais contextual e se adapta com aquilo que fazemos. Espero que essas tendências cresçam no futuro, ainda mais com o Metaverso, que dependerá de utilização de 3D, captura de linguagem de corpo e face”, contou o executivo.

“Dito isso, veremos mais e mais dados precisando ser processados e muito mais conteúdo gerado. Precisaremos de ajuda para navegar neste universo”, completou.

IA em tudo

Atuando em modelos de código aberto, o primeiro da série de projetos apresentados por Zuckerberg é o CAIRaoke, um modelo neural de ponta a ponta para construção de assistentes virtuais para dispositivos em geral. De acordo com o CEO, esse sistema combina um bot com as tecnologias mais recentes em IA conversacional para entregar melhores diálogos.

Em uma primeira prova conceitual interna, Zuckerberg apresentou o builder bot, um robô para o metaverso que cria ambientes com base na descrição por voz dada pelo consumidor, como criar uma conversa com outro usuário da rede em uma praia.

Outro trabalho da Meta em IA é o treinamento de sistemas e algoritmos de inteligência artificial em aprendizado autosupervisionado (self-supervised learning ou SSL, no original em inglês) ou autoaprendizado de máquina. Neste caso, a inteligência artificial é treinada com dados brutos e questionada pelo sistema para fazer a análise. O modelo de treino difere do trabalho habitual em IA que alimenta um sistema com milhões de dados para depois questionar se aquela foto é do objeto em questão ou não.

Em línguas, Zuckerberg apresentou um modelo de tradução que consegue trabalhar com mais de 100 idiomas sem passar por treinamento em inglês. Na visão do executivo, isso evita criar barreiras que deixam mais da metade da população mundial fora da Internet – uma vez que a maior parte da web está em poucas línguas, como o inglês. A partir deste modelo, a Meta criou dois projetos:

  • No Language Left Behind – um sistema de tradução que pode aprender qualquer idioma;
  • Universal Speech Translator – um tradutor universal instantâneo de voz-para-voz com tradução para todos os idiomas.

Outra tecnologia apresentada é o EGO 4D, um banco de vídeos com milhares de vídeos em primeira pessoa para que 30 universidades e laboratórios ao redor do mundo façam experiências em realidade aumentada e visão computacional.

Ainda de acordo com Jérôme Pesenti, chefe de IA na Meta, outro avanço planejado está com o super computador da companhia (RSC), que foi apresentado no começo deste ano. O executivo explicou que até o final de 2022 os profissionais de inteligência artificial da companhia poderão criar os primeiros modelos em sua plena capacidade.

Vale lembrar, o computador RSC terá 16 mil GPUs em sua forma final. Isso vai acelerar em 2,5 vezes a performance de treino em aplicações de inteligência artificial da Meta. A sua velocidade de transferência de dados é de 16 TB/s.

 

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