O CEO da Meta (ex-Facebook), Mark Zuckerberg, defendeu que a proposta do Metaverso é um projeto de longo prazo. Durante conferência para apresentar as novidades da empresa em inteligência artificial nesta quarta-feira, 23, o executivo afirmou que a construção desta plataforma levará tempo e demandará alta capacidade de tecnologia, como a inteligência artificial.
Disse ainda que não é uma ideia que surgiu recentemente: “Na Meta, somos movidos por propósitos de longo prazo. Por exemplo, as novidades que estamos vendo hoje em inteligência artificial é algo que estava nas nossas apostas de longo prazo. É o caso do aprendizado autosupervisionado (self-supervised learning ou SSL, no original em inglês) que usamos em nossas pesquisas”, completa.
Zuckerberg afirma que a construção da inteligência artificial, que será um dos alicerces para o Metaverso, dependerá dos níveis mais altos de privacidade e demandará de ajuda para evitar danos. Na visão do executivo, isso significa trabalhar com atores de “direitos civis, direitos humanos, direitos às pessoas com necessidades especiais e especialistas em privacidade” para construir uma série de sistemas mais justos e respeitosos à dignidade humana.
“Isso significa construir um Metaverso para todos”, resume.
O discurso do CEO da Meta é uma mudança após a empresa ser criticada fortemente no ano passado por não ouvir esses atores. Ainda quando se chamava Facebook, Zuckerberg e sua companhia foram criticados pela criação do Instagram Kids, uma versão da rede social imagética voltada para crianças.
Na visão de especialistas de controle parental e de procuradores dos Estados Unidos, a abertura desses espaços para crianças e adolescentes poderia expor os jovens a conteúdos impróprios.
Críticas
Zuckerberg criticou em seu discurso os rivais que constroem sistemas de inteligência artificial em benefício próprio: “Nós temos um foco claro em desenvolver tecnologia para aproximar as pessoas de todas as formas possíveis. Isso está no nosso DNA. Mas a maioria das empresas de tecnologia desenvolvem novas formas das pessoas interagirem com sua tecnologia”.
Um exemplo de projeto que foi apresentado pelo executivo foi o MRI Fast, um modelo de inteligência artificial que reduz a captura de dados em uma ressonância magnética, algo que pode diminuir em 75% o tempo que uma pessoa fica no aparelho.
Embora não tenha dado nomes, o posicionamento pode ser visto como uma crítica à Apple, com quem Meta tem engajado em imbróglios de revenue share e perda de parte da receita em publicidade a partir das mudanças de rastreabilidade de dados do usuário no iOS 14.5. Essa última peleja foi um dos temas que resultou no maior tombo financeiro na história da Meta, após divulgação que a companhia perderia US$ 10 bilhões com receita de publicidade por conta das mudanças no OS da rival.