A receita móvel de R$ 7,8 bilhões da Vivo no quarto trimestre de 2021, uma alta de 4% ante R$ 7,5 bilhões do mesmo período em 2020, foi puxada pelo aumento de vendas para planos superiores dentro da base de clientes operadora (upsell) e aumento da portabilidade de clientes. De acordo com Christian Gebara, CEO da Vivo, o pós-pago também colaborou para o incremento dos ganhos. Com 50 milhões de acessos apenas no pós-pago, a receita de serviços móveis mostrou o melhor desempenho de quarto trimestre desde 2017.
“Conseguimos manter a nossa receita pré-paga estável (-0,2%), mas conseguimos crescer nossa receita de pós-pago (4%) por causa da nossa abordagem racional baseada em valor e uma maior base de clientes. Como resultado, o pós-pago responde por 81% da receita móvel do trimestre com R$ 5,6 bilhões, um ativo muito valioso em um período de alta inflação; e conseguimos historicamente passar os efeitos da inflação para os nossos clientes pós-pagos a cada ano. Em handsets, a nossa receita aumentou 8,8% (de R$ 809 para R$ 880 milhões) ano contra ano, com impacto positivo das campanhas de Black Friday e Natal”, disse Gebara.
Ao final de 2021, a Vivo fechou o ano líder do mercado de telefonia móvel (33% do total), com maior participação no mercado de pós-pago (37%) e pré-pago (27%): “Esse reforço da nossa liderança resultou de um aumento de 7% na nossa base de acessos móveis, de 78,5 milhões para 84 milhões de linhas. Esse crescimento veio principalmente da nossa base pós-paga, que expandiu 10,6% (de 45 milhões para 49,5 milhões) e as nossas linhas pré-pagas cresceram 2% (de 33,7 milhões para 34,3 milhões)”, acrescentou.
O executivo explicou ainda que, embora tenham aumentado os preços dos planos híbridos (controle) no terceiro trimestre de 2021, o churn pós-pago permaneceu estável em 1,3% no quarto trimestre de 2021, aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (e redução de 0,4 p.p. contra o quatro trimestre de 2020).
“O aumento do preço dos planos híbridos não só ajudou a destravar o bom desempenho de receita, mas permitiu que uma parte de nossos usuários mudassem seus planos para ofertas puramente pós-pagas e isso é mostrado pelo aumento de 87% ano contra ano nos upsells de híbrido para pós-pago”, afirmou. “E a nossa proposta de valor premium nos permitiu registrar no quarto trimestre várias adições líquidas em pós-pago que vieram das outras operadoras, um aumento três vezes ante o quarto trimestre de 2020”.
RAN Sharing
Na parceria com a TIM em compartilhamento de rede e desligamento do 2G, Gebara confirmou que a limpeza deve começar em 2022, com potencial alto de redução de Capex.
Em compartilhamento de rede, o CEO lembrou que o acordo se deu em 716 cidades, regiões onde a Vivo tinha cobertura e a TIM não e vice-versa. Foram aproximadamente metade das cidades para cada operadora. A próxima etapa do projeto é para 360 novas cidades em que a Vivo tem cobertura de rede e a TIM não tem, e a TIM tem cobertura em 36 cidades que a rival não tinha no passado.
Há uma terceira etapa do projeto em regime piloto. Voltada para cidades com menos de 30 mil habitantes, as duas companhias vão oferecer toda frequência para ambas as operadoras na mesma rede. Um primeiro teste foi feito em 50 cidades, 25 de cada operadora.
“Esse modelo é mais complexo, pois oferecemos parte da nossa infraestrutura para clientes da outra operadora, isso funcionou bem em piloto e agora vamos aos próximos passos. O potencial que vemos aqui é de implementar isso em 1,6 mil cidades e talvez consigamos concluir 25% neste ano”, completou.