A Comissão Europeia abriu uma consulta sobre o futuro do setor de telecomunicações, nesta quinta-feira, 23. Nela, as partes interessadas são perguntadas sobre a potencial necessidade de que todos os players que se beneficiem da transformação digital no continente europeu contribuam com investimentos em infraestrutura de conectividade, o que incluiria as big techs.
O objetivo da consulta é reunir diferentes visões sobre as mudanças no cenário do mercado de tecnologia e como isso pode afetar o setor de telecom. A comissão busca entender como as partes interessadas acreditam que é possível mobilizar os investimentos necessários para implantar infraestrutura de conectividade na União Europeia.
Thierry Breton, comissário para o mercado interno, destacou o fato de que a Internet de alta velocidade requer um grande investimento. É por isso que a comissão está explorando esta questão de quem deve pagar pela próxima infraestrutura de conectividade. Isso inclui considerar a possibilidade de plataformas digitais dividirem o custo de investimento com operadores de telecom, segundo Breton.
A Comissão, que afirmou estar fortemente comprometida em proteger uma Internet neutra e aberta, considera esta uma questão complexa, com diferentes questões envolvidas. Por isso, requer uma análise compreensiva, antes que uma decisão final seja tomada. Com base no resultado, a instituição vai considerar ações apropriadas para o futuro do setor de telecomunicações.
A consulta também quer identificar quais são os tipos de infraestrutura necessários para que a Europa se mantenha à frente dos desenvolvimentos tecnológicos no setor. A consulta cobre a questão de como garantir que a conectividade seja acessível para os consumidores, além de como integrar ainda mais o mercado interno de conectividade.
Todas as organizações, empresas e cidadãos europeus podem participar da consulta nas próximas 12 semanas. O prazo final para submeter as respostas é 19 de maio de 2023.
GSMA
A GSMA, entidade que representa os interesses de 750 operadores do ecossistema móvel mundial, mostrou apoio à consulta, nesta quinta-feira, 23. A organização defendeu que as grandes companhias de tecnologia que usufruem da infraestrutura de conectividade na Europa contribuam com investimentos no setor.
“Hoje, apenas algumas empresas geram mais da metade de todo o tráfego que circula nas redes europeias. O crescimento exponencial desse tráfego vai exigir cada vez mais investimentos em rede. Acreditamos que é justo que as empresas que geram as maiores quantidades de tráfego nas redes da Europa contribuam para o investimento em infraestrutura necessário. Esse fardo não deve recair inteiramente sobre os consumidores e as empresas europeias”, afirmou John Giusti, Chief Regulatory Officer da GSMA.