As operadoras móveis que atuam no Brasil devem avançar na experimentação de redes desagregadas em 2024, prevê Roberto Gomes Correa, especialista técnico da Intel Brasil, em conversa com Mobile Time. Seu otimismo decorre de dois fatores: 1) houve duas RFPs de teles brasileiras no ano passado nas quais era permitido aos fornecedores oferecerem equipamentos de redes desagregadas (embora não obrigatório); 2) a recente adesão de importantes fabricantes de infraestrutura à arquitetura aberta, como a Ericsson.

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Roberto Correa, da Intel: “(As operadoras não querem fazer experiências com empresas que não possam dar um suporte 24/7 na intensidade que esses projetos demandam”. (Crédito: Joel Silva)

O executivo da Intel acredita que as teles brasileiras vão separar pelo menos 10% dos seus investimentos em rede este ano para testar a arquitetura desagregada. Esses equipamentos devem ser instalados principalmente em cidades de médio porte, fora das grandes áreas metropolitanas. Será como um teste para avaliar os custos e os benefícios dessa arquitetura de rede.

Mas Correa alerta que as operadoras são cautelosas, avessas a aventureiros. “Elas querem players com capacidade de execução. Estamos falando de grandes contratos. Não querem fazer experiências com empresas que não possam dar um suporte 24/7 na intensidade que esses projetos demandam. Isso foi um impeditivo para as redes desagregadas no passado na América Latina. Mas a entrada dos grandes fabricantes deve destravar essa questão”, avalia.

O Brasil deve exercer um papel de liderança na adoção de redes desagregadas na América Latina, por ter sido um dos primeiros mercados a implementar o 5G e deter hoje a maior base de usuários com essa tecnologia na região, conclui Correa.

Crédito da imagem no alto: ilustração produzida por Mobile Time com IA generativa

 

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