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A oferta inicial pública de ações do PicPay (AndroidiOS) na Nasdaq pode encorajar outras fintechs a seguirem o mesmo caminho. Especialistas ouvidos pelo Mobile Time citaram principalmente Nubank, Neon e a bandeira Elo como possíveis instituições financeiras que podem trilhar o caminho das IPOs, em uma explosão similar àquela que ocorreu com adquirentes quatro anos atrás.

Para Nuno Monteiro, partner financial services da Oliver Wyman no Brasil, o mercado brasileiro de finanças digital tem um forte apelo ao investidor. Em sua visão, isso acontece por ser um mercado em expansão, diferentemente do que acontece na Europa e América do Norte.

“No mercado de pagamentos do Brasil existe um conjunto muito apelativo. O número de transações deve aumentar nos próximos anos. Por outro lado, é um mercado saudável, com bastante concorrência. Diferentemente do mercado europeu, no qual a margem é mais apertada”, explicou Monteiro. “Além disso, tem todo o movimento do BC de permitir bastante inovação no mercado. Com isso, nós teremos menos barreiras entre clientes e empresas. É o caso do PicPay”, completou.

O sócio-lider de transações da Grant Thornton Brasil, João Araújo, frisou que “toda empresa com private equity tem potencial de IPO”. O executivo explica que esse segmento é muito financiado por investidores e instituições que querem acompanhar o crescimento nesse segmento.

Carlos Zanotta, sócio do Global Capital Markets Group da Deloitte, concorda: ele vê grande potencial de crescimento nessas empresas. “Essas empresas ainda estão em processo de expansão. Várias delas estão se financiando via oferta pública ou rounds de investimento”, comenta. “A IPO pode ser um próximo passo, quando elas estiverem em outro grau de maturidade”, conclui.

Consolidação

Em um segundo momento, os executivos creem que as IPOs do setor de finanças devem puxar um processo de consolidação, por meio de fusões e aquisições: “O PicPay é uma big tech. Está em um setor que tem também carteiras digitais de nicho. Isso estimula o mercado de carteira digital, inclusive com consolidação. Seja para aumentar o número de usuário para dar lucro, pegar outros mercados, quem sabe até ir para o mercado de bancos digitais. Algo que o cliente não vê diferença”, explica Marcelo Martins, diretor executivo da ABFintechs.

“Serão duas coisas em paralelo. Tanto pode consolidar como adquirir empresas de sinergia. Comparando com o mundo de maquininha, cada vez mais aumenta a velocidade e necessidade de melhorar o relacionamento com o cliente. Antes era maquininha, agora é conta digital”, acrescenta.

Araújo, da Grant Thorton, dá como exemplo o fato de os bancos tradicionais estarem “se mexendo” com suas próprias carteiras digitais e aquisições. Lembra da recente aquisição da DinDin pelo Bradesco e sua wallet, Bitz (AndroidiOS): “É uma possibilidade, a consolidação. Uma maneira dessas carteiras crescerem é adquirir clientes de concorrentes via M&A (Merger and Aquisition, em inglês)”.

Zanotta, da Deloitte, lembra que também há um cenário para aquisições periféricas nesse setor, seja para trazer novos serviços, novas tecnologias ou até “skills da adquirida”, devido a necessidade de mão de obra especializada. Para os especialistas, isso depende da estratégia de cada empresa.

Por outro lado, Monteiro, da Oliver Wyman, explica que, diferentemente das IPOs, as aquisições, em especial as periféricas, ganham uma nova dinâmica e até podem não ocorrer. Ao Mobile Time, o partner da empresa acredita que o open banking e a troca de informações apresentam um novo cenário de contribuição que não apresenta a necessidade de grandes aquisições ou joint-ventures.

 

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