Acelerar a transformação digital das operadoras de telecomunicações: essa é a missão da Wave, empresa adquirida em janeiro de 2024 pela Bemobi e criadora da MVNO Nomo, hoje controlada pela Algar. A ideia é trazer para o setor de telecom a disrupção em digitalização e experiência do usuário que aconteceu ao longo da última década no setor financeiro, aproveitando a experiência dos fundadores da Wave, que viveram isso na Stone.

“Somos um vendor 2.0: ajudamos a modernizar as operadoras”, descreve Henrique Garrido, CEO e cofundador da empresa, em conversa com Mobile Time.

Sem muito alarde, a Wave já tem contratos com quatro operadoras no Brasil, duas no México, uma na Colômbia e uma no Chile. Sua receita cresceu 4,5 vezes no ano passado, registrando lucro pela primeira vez. E neste ano, considerando somente os três primeiros meses, o faturamento já dobrou. Cerca de 30% da receita da empresa provém de fora do Brasil.

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Henrique Garrido, da Wave (Crédito: divulgação)

A Wave ajuda as operadoras a redesenharem seus aplicativos e planos de serviços – e, junto com isso, pode oferecer sistemas de BSS, billing e CRM. Ela participa desde a elaboração do conceito de um novo produto e do seu design, com profissionais alocados dentro da operadora-cliente como consultores, até a implementação e a operação. “Somos orientados à experiência. Começamos entendendo o que a operadora precisa”, diz Garrido.

A Algar é uma das clientes da Wave, usando a sua plataforma na Nomo. Outra cliente é a Telecall, cuja interface com suas MVNOs e o sistema de billing são fornecidos pela Wave. Além disso, a Wave está redesenhando os apps de duas operadoras brasileiras e duas estrangeiras.

Garrido explica que o sucesso dos projetos conduzidos pela Wave pode ser medido por diversas métricas, desde a melhora da nota do aplicativo na App Store e na Google Play, até parâmetros técnicos, como redução de incidência de crashes e aumento na velocidade de carregamento do aplicativo. Dependendo da jornada, os resultados são positivos também em vendas ou na quantidade de atendimentos no call center.

A cobrança é feita como serviço, além de um setup fee para a implementação inicial.

Wave VS sistemas legados

A plataforma da companhia está toda hospedada na nuvem e é construída em cima de APIs. Ao contrário de outros fornecedores de telecom, a Wave procura não fazer o chamado “lock-in”, ou seja, prender o cliente com sistemas fechados ou contratos longos.

“Apostamos em algo como banking as a service. A operadora tem que estar conosco porque somos melhores, não porque assinamos um contrato plurianual. Aposto que minha relação vai ser recorrente porque estou melhorando o que a operadora está fazendo. Não temos um modelo predatório. E nem somos caros como os outros vendors”, compara.

Garrido critica a relação das teles com os vendors tradicionais. “Quem mais ganha dinheiro em telecom são os vendors. Ganham muito mais que as operadoras. E são responsáveis por terem criado um legado baseado em hardware, mainframe etc”, avalia. E acrescenta: “A concentração em grandes vendors atrapalha a inovação”.

A ilustração acima foi produzida por Mobile Time com IA

 

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