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A Deloitte já enxerga novos modelos de negócios com 5G. Em conversa recente com Mobile Time, Pedro Tavares, sócio-líder de TMT da Deloitte de Portugal, explica que os novos formatos de monetização começam a aparecer no B2C com oferta por latência em trading e games: “Latência começa a ser um modelo de negócio no 5G. Não é novidade, mas é curioso”, afirma.

“À medida que o 5G foi evoluindo em países asiáticos, nós pensávamos que o B2C traria novos casos de uso. Em um desses novos modelos, o consumidor final paga uma mensalidade baseada em baixas latências e, com isso, consegue fazer trading online ou jogar no celular”, diz. “Começou com a operadora AIS na Tailândia com pacotes com banda larga móvel e latências”, explica.

Tavares conta que esta operadora na Tailândia já possui 5% do tráfego em 5G com o serviço de trading e gaming.

Matheus Rodrigues, sócio de TMT da Deloitte no Brasil, disse que essa demanda não era esperada na quinta geração. Mas, em sua visão, a oferta por latência ocorre pelo fato de consumidores de jogos buscarem por latência cada vez menor, assim como home brokers, que querem mais qualidade de rede em suas negociações diárias. Rodrigues acredita ainda que o mercado de latência, se explorado no Brasil, não será diferente da Tailândia.

Vale lembrar, as operadoras brasileiras vêm ofertando nos últimos anos Internet de alta velocidade fixa e móvel no modelo de negócios baseado em banda larga. Um exemplo é o Claro Gaming.

B2B

No B2B, os executivos da Deloitte revelam que a criação de modelo de negócios está mais lento pelo lado das operadoras. Por outro lado, a empresa de consultoria tem avançado mais em conversas para adoção de redes privadas dentro de grandes empresas, em substituição ao Wi-Fi.

“Vejo de forma positiva o advento das redes privadas com reserva espectral. Em Portugal, apareceram três novas operadoras com o leilão. São seis no móvel, mas não há hipótese de termos redes privadas. Países como Brasil, Alemanha, Austrália fizeram essa reserva espectral e as empresas têm olhado para as redes privadas 5G. Elas não querem ficar agarradas às grandes operadoras e suas tarifas. Querem ficar independentes para criar seus próprios casos de uso”, diz o executivo de Portugal.

Globalmente, entre os setores que mais vê apetite por redes privadas, Tavares cita mineração, agro, saúde, óleo e gás, montadoras e portos. Nesses dois últimos, a Deloitte tem parceiros com redes privadas, sendo uma portuária no Reino Unido e outra automotiva na Alemanha, mas não pôde dizer os nomes das companhias. No Brasil, Rodrigues vê que há uma tendência similar para redes privadas.

“Temos sido abordados por indústrias que não são de telecomunicações para encontrar a melhor solução para o negócio deles. Mineração e oil & gas lideram os casos que temos discutido. E vemos outros dois setores bem avançados: agro e health. Em saúde já temos trabalhado um caso com o InovaHC”, completou o sócio da Deloitte.

Vale dizer que o case do Hospital das Clínicas será apresentado no MPN Forum (www.mpnforum.com.br), seminário organizado por Mobile Time no dia 12 de julho, no WTC, em São Paulo.

Atrasos

Tavares lembra dos problemas que persistem na cadeia global de suprimentos. Além dos efeitos causados pelo novo coronavírus (Sars-CoV 2) nos últimos dois anos com a redução de semicondutores e de linhas marítimas, agora, a guerra na Ucrânia tem afetado as entregas de suprimentos, mas não vê risco de atraso ao 5G.

 

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