A Qualcomm confirmou nesta segunda-feira, 23, que está conversando com players do mercado nacional para trazer os primeiros casos de uso do 5G em ondas milimétricas (mmW, acima de 26 GHz) até o final deste ano, como revelou Silmar Palmeira, diretor sênior de produto da fornecedora.
“Sabemos que o foco total das operadoras é o 3,5 GHz (5G standalone que deve ser instalado até a primeira metade do ano nas grandes capitais). Mas estamos conversando com as operadoras e empresas de dispositivos para logo na sequência do 3,5 GHz viabilizar o uso das ondas milimétricas até o final do ano”, disse o executivo, em conversa com a imprensa especializada.
Questionado sobre a oferta de banda larga fixa sem fio (FWA), Palmeira disse que a expectativa é que as operadoras lancem o serviço no começo do 3,5 GHz, antes da chegada do mmW. Explica que para este começo a partir do terceiro trimestre de 2022, as companhias terão acesso ao CPE fabricado pela Intelbras que tem tecnologia Qualcomm.
Pesquisa
A Qualcomm também apresentou um estudo que encomendou junto à IDC Brasil. O documento que mostra o potencial do 5G mmW prevê que esta tecnologia de rede será 38 vezes mais rápida que o LTE e 19 vezes mais rápida que o 5G em frequências abaixo de 6 GHz.
Palmeira lembra que o mmW tem como benefícios a melhoria de até cinco vezes na velocidade de tráfego em ondas médias, se fizer o offload para as ondas milimétricas. Além disso, o custo com instalação de ERBs será até quatro vezes menor, pois as mmWs demandam menos antenas que as ERBs de ondas médias para suportar a densidade em pontos de rede.
Entre usos de caso mais viáveis no mmW Palmeira citou:
- B2C: esportes, shows, streaming, realidade aumentada, centros comerciais, metrô, aeroportos;
- B2B: vídeo backhaul, treinamento imersivo, reconhecimento facial, análise de multidão e realidade aumentada em manutenção preventiva.
Reinaldo Sakis, gerente de pesquisas e consultoria da IDC Brasil, explicou que “a adoção antecipada do 5G mmW levará as empresas a atingir 40% de suas receitas em canais digitais” na América Latina. Para atingir os casos de uso, as empresas latino-americanas devem gastar US$ 43 bilhões com equipamentos de alta tecnologia – como realidade aumentada e virtual – para a indústria 4.0 até 2025. Disse ainda que a maioria das operadoras da região “estão prontas para adotar o 5G mmW”, um movimento que deve ganhar força a partir do final de 2022.