O projeto piloto do Drex no Banco Central vai ganhar mais uma etapa que durará até 2025. Rodrigoh Henriques, diretor de inovação da Fenasbac, afirmou que o problema da privacidade (garantir a proteção da identidade) em transações com o Real Digital ainda não está resolvido e este é um dos motivos para ter mais avaliações.
Durante o Apix, evento organizado pela Sensedia nesta quarta-feira, 23, Henriques confirmou que o BC tomou essa decisão após fórum na última terça-feira em Brasília. Para Mobile Time, o especialista que atua junto à frente de inovação do Banco Central, explicou que também há uma questão de funcionamento da privacidade junto à programabilidade e componibilidade (a composição dos serviços financeiros em blocos, como Legos).
“O nome piloto não é à toa. Nenhum país emitiu CBDC para questões cotidianas. Hoje o Brasil é o país mais avançado (no tema)”, disse, mas complementou que é um processo em construção. “O problema é que são soluções que não estão na prateleira”.
O diretor da Fenasbac explicou que o fato de ter mais um ano de projeto piloto trará outras possibilidades de testes, como as transações entre empresas. Até então, os testes estavam voltados apenas às provas para pessoas físicas.
Lembrou ainda que a CVM entrará junto ao BC nas avaliações, uma vez que pretendem colocar algum título de valor mobiliário em algum momento.
Participantes
Como uma das empresas que estão dentro dos testes do Drex, Mateus Casanova, gerente de produtos na Unicred, afirmou que neste primeiro ano de avaliações foi possível simular todos os cenários do CBDC nacional, como operações de atacado, varejo, carteira, e compra e venda de título.
O executivo explicou ainda que não dá para prever se o Drex será lançado em 2025. Mas, do lado dos participantes, a ideia é garantir que “tudo estará coberto e escalável até 2025” e para isso esse ano extra de prova servirá para “estressar o ecossistema”.
Imagem principal, da esquerda para direita: Rodrigoh Fernandes, Fenasbac; Mateus Casanova, Unicred; Rafael Isquierdo, Sensedia (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)