O vice-presidente de negócios da Natura, Agenor Leão, alertou que tragédias climáticas como as chuvas fortes seguidas das enchentes no Rio Grande do Sul vão impactar cada vez mais os negócios das empresas. Durante o Apix, evento organizado pela Sensedia nesta quinta-feira, 23, o executivo afirmou que as companhias precisarão conviver com esses problemas e precisarão estar mais preparadas.

Além do clima, Leão citou outros três temas que colaboram para mudanças nas empresas:

  • As transformações aceleradas nos negócios, em especial com a necessidade de digitalização;
  • A pandemia da Covid-19, que trouxe diversas adaptações aos negócios;
  • E a polarização política, em especial em um mundo extremamente conectado.

“Estamos exigindo a transformação dos negócios, mas temos uma série de sistemas negativos para cuidar”, disse o VP da Natura.

Desafios e impactos

VP da Natura durante apresentação no Apix

Agenor Leão, VP da Natura (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Com este cenário exposto, Leão acredita que os desafios para as empresas estão na interconexão entre sistemas, negócios e o mundo. No caso da Natura, Leão explicou que a companhia coloca como uma de suas crenças (a empresa não usa valores, visão e missão) a interdependência, ou seja, como gerenciar tudo em um mundo conectado.

“Quando falamos o que está acontecendo no mundo, desde as inúmeras guerras que existem e como isso nos afeta, ou o desmatamento da Amazônia que causa uma crise climática e um desastre do Rio Grande do Sul como estamos vivendo, nós lembramos dessa interconectividade e de como manejar esse mundo que está totalmente conectado”, explicou.

Citando os impactos e essa interconexão com o Rio Grande do Sul, o executivo afirmou que a Natura tem uma presença importante no estado, como um centro de distribuição na cidade de Canoas. E até outro centro de distribuição no nordeste parou de emitir nota, pois tinha uma dependência de um servidor da Secretaria de Fazenda do RS.

2024-2030

Índide de Desenvolvimento Humano feito pela Natura mostrado em telão

IDH das consultoras da Natura (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Dentro da Natura, a estratégia para tratar esse mundo interconectado e interdependente foca na visão da empresa para 2030. Na prática isso considera três pontos:

  • Endereçar a crise climática e proteger a biodiversidade com transição climática, proteger a Amazônia e a biodiversidade;
  • Defender os direitos humanos, isso inclui a empresa, consultoras da Natura e Avon, comunidade e não tolerar infrações aos direitos humanos;
  • Abraçar a circularidade e a regeneração com circularidade de embalagens, circularidade de fórmulas e soluções regenerativas.

Como ações, a companhia tem 10,1 mil pessoas que trabalham com extração de insumos na Amazônia e ajudam a preservar e regenerar a floresta. Em ações de circularidade, Leão exemplificou com o recente lançamento de um hidratante que a pessoa cria em casa, ao diluir uma quantidade pequena com água.

E pelo lado das pessoas, a Natura fez uma pesquisa com suas consultoras para entender como estava o Índice de Desenvolvimento delas. Feita com 3,2 mil pessoas no Brasil e 4,3 mil na Argentina, Peru, Colômbia, México e Chile, a análise considera saúde, trabalho, conhecimento e cidadania entre 2014 e 2023.

Por meio das respostas, a Natura descobriu que contribuiu para um aumento de 7% de inclusão digital, que 34% da renda da família vem das vendas dos cosméticos, mas que 44% declaram que o dinheiro acaba antes do final do mês.

Imagem principal: Agenor Leão, VP de negócios da Natura (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

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