A AWS anunciou nesta sexta-feira, 23, o seu centro dedicado à inteligência artificial generativa. Batizado em inglês como AWS Generative AI Innovation Center, a iniciativa começa com um aporte de US$ 100 milhões e será composta por estrategistas, cientistas de dados, engenheiros e arquitetos de soluções.

Com o centro de IA, a Amazon espera ajudar os seus clientes a avançarem no desenvolvimento de soluções customizadas para seus negócios. Essa relação será feita através de workshops, engajamentos e treinamentos gratuitos com os profissionais da AWS, que devem fornecer as informações, estratégias e opções de ferramentas de inteligência artificial.

Um exemplo de empresa que deve explorar o centro é a editora de guia de viagens Lonely Planet, que pretende usar a IA e a nuvem da AWS para sugerir recomendações de destinos para seus consumidores no mundo todo, mas com opções de custos mais acessíveis.

Análise I – Nota de corte

Aparentemente, a corrida dos investimentos em inteligência artificial será acelerada antes da divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2022.  Além da Amazon, a Lenovo também prepara um investimento de US$ 100 milhões em IA por meio de seu programa IA Innovators, que deve chegar às startups da América Latina no próximo semestre.

Mas há empresas que pretendem investir mais. Como a Accenture e seus US$ 3 bilhões em IA para os próximos três anos. E a Foxconn com US$ 341 milhões em cinco anos. Entre as startups, a Anthropic recebeu US$ 450 milhões em uma rodada com Google, Salesforce e Zoom. Sem contar a OpenAI que recebeu alguns bilhões de dólares da Microsoft. Não será uma surpresa se até o final do mês tivermos mais algumas novidades. Quem sabe a Stability AI do Stable Diffusion recebam rodadas.

O CEO que abre o cofre e não tem US$ 100 milhões para gastar na hora com um laboratório, rodada de investimento, M&A, será um consumidor de IA e não um grande produtor/desenvolvedor. E o startupeiro que desenvolve IA precisa fazer bem a lição de casa no valuation.

Análise II – Conta paga e a saideira

Diferentemente do movimento do metaverso, que ninguém soube explicar como usar, cobrar ou pagar em escala (eis a síntese), a primeira parcela do custo de aceleração da IA foi paga com as demissões em massa de milhares de profissionais até o final do primeiro trimestre de 2023.

Isto não é nenhuma novidade e nenhum dos executivos tratou de esconder isso. Tanto Andy Jassy, CEO da Amazon, como Satya Nadella, CEO da Microsoft, informaram que precisavam estruturar suas operações para a próxima jornada de receita das empresas, a inteligência artificial. Na soma, as duas gigantes da tecnologia cortaram 20 mil postos.

Coincide com todo esse movimento o fato de que muitas das empresas que fizeram os seus famigerados ‘layoffs’ terão um impacto menor na folha de pagamento e no pagamento de compensações para os demissionários no segundo trimestre de 2023.

 

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