A Polícia Militar do Distrito Federal passará a usar câmeras corporais ainda neste ano. A confirmação aconteceu durante audiência pública realizada na Câmara Legislativa nesta sexta-feira, 23, pelo subcomandante-geral da PMDF, coronel Adão Teixeira de Macedo. O debate foi proposto pelos deputados Fábio Félix (PSOL) e Max Maciel (PSOL) e contou com a participação de policiais, promotores, defensores públicos e representantes da sociedade civil.
De acordo com Macedo, será realizado um piloto na unidade do 1º comando regional, na área central do Distrito Federal, e, futuramente, a ideia é que todo policial a serviço tenha uma câmera em seu uniforme. Para esta primeira etapa serão usadas 300 câmeras, mas, de acordo com o coronel, já existe a previsão para a aquisição inicial de 1.978 câmeras, para o segundo semestre deste ano.
Circula na casa o Projeto de Lei 2336/2021, de autoria de Félix, que propõe o uso dos dispositivos de filmagem em uniformes de policiais civis e militares e nas viaturas. Por isso, a proposta do debate. Ao final da audiência pública, ficou acertada uma reunião, a ser agendada, com as forças de segurança para aprimoramento do projeto de lei em tramitação na Câmara Legislativa.
Rio e São Paulo
Uso do equipamento mostrou ainda que foram evitadas 104 mortes nos primeiros 14 meses de introdução das câmeras (Foto: divulgação/PMESP)
Vale lembrar que o Rio de Janeiro já implementou câmeras corporais nas instituições de segurança pública. Porém, segundo levantamento da plataforma Fogo Cruzado, em reportagem para o jornal O Dia, o número de tiroteios em ações ou operações policiais aumentou de 676 para 805 depois da instalação dos dispositivos.
As forças de segurança de São Paulo também usam câmeras corporais, no entanto, o governo do estado não avança com a implementação de mais dispositivos nos uniformes de policiais militares. De acordo com reportagem do G1, havia 10.125 equipamentos sendo usados desde 2 de fevereiro de 2023 e o número se mantém até 6 de junho. São Paulo possui cerca de 100 mil policiais. No fim do ano passado, um relatório da Fundação Getúlio Vargas registrou redução de 57% do número de mortes decorrentes de intervenção policial. A pesquisa mostrou ainda que foram evitadas 104 mortes nos primeiros 14 meses de introdução das câmeras, que se iniciou em agosto de 2020. O número de policiais mortos em decorrência de ações também foi reduzido.
