Há inúmeras fintechs e carteiras digitais operando no Brasil, a maioria com arranjos fechados, ou seja, sem interoperabilidade. Isso gera uma disputa pela preferência dos estabelecimentos comerciais. Alguns deles exibem em suas paredes três ou mais QR codes de pagamento, um para cada carteira digital. A iniciativa do Banco Central (BC) de construir uma plataforma nacional de pagamentos instantâneos promete resolver esse problema, porque criará um padrão único de QR code e tornará a integração bancária obrigatória. Enquanto esse projeto não se torna realidade, uma startup brasileira se propõe a ser o primeiro gateway de pagamentos instantâneos do País, a Spin Pay. Criada por Alan Chusid, um dos fundadores do Neon, a startup será lançada até o fim do ano integrada a cerca de 10 instituições financeiras e 20 sites de comércio eletrônico.

“A transformação dos pagamentos no Brasil acontece a nível de experiência do cliente, no front-end, mas não tem nada de disruptivo por trás. Meu grande questionamento em relação às carteiras digitais é o seguinte: faz sentido para o estabelecimento comercial e para o cliente? Por que vou colocar dinheiro ali dentro? Toda a infraestrutura básica bancária é detida por cinco grandes bancos, inclusive os convênios de arrecadação de utilities. Nenhum novo banco digital tem débito automático para conta de luz, por exemplo”, comenta o executivo, em entrevista para Mobile Time.

O foco inicial da Spin Pay será no comércio eletrônico. A ideia é permitir que os sites de e-commerce tenham opções de pagamento com desconto direto em diversas carteiras digitais, que serão integradas à plataforma da startup. A ideia é eliminar intermediários nessas transações, reduzindo o seu custo. “Vamos cobrar um percentual sobre o valor da transação. Será mais barato que qualquer outro meio de pagamento do mercado. Conseguiremos isso exatamente por não termos intermediários”, explica o executivo.

A empresa atuará em um modelo B2B2C. O consumidor final não conhecerá a marca Spin Pay, cuja atuação ficará restrita ao back-end. A Spin Pay se encarregará da liquidação, mas, quando for lançada a plataforma de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), a startup fará o papel de um switch.

Sobre a provável chegada de concorrentes depois do lançamento da plataforma do BC, Chusid comenta: “Por isso que é importante ser o primeiro a lançar. Somos o primeiro gateway de pagamentos instantâneos do Brasil.”

Mobishop

Chusid fará uma palestra sobre o potencial do mercado brasileiro para gateways de pagamentos instantâneos durante a segunda edição do seminário Mobishop, que acontecerá no dia 8 de outubro, no WTC, em São Paulo. O evento, organizado por Mobile Time, é focado nos segmentos de mobile payment, mobile commerce e mobile banking. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis no site www.mobishop.com.br, ou pelo email [email protected], ou pelo telefone 11-3138-4619.

 

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