Telefônica e TIM anunciaram a intenção de estender o acordo de compartilhamento de infraestrutura. Em comunicado enviado ao mercado nesta terça-feira, 23, as operadoras afirmam que assinaram um memorando de entendimento (MoU) com o objetivo de “iniciar discussões” sobre o compartilhamento da rede 2G em um modelo Single Grid (full sharing ou compartilhamento completo) em todo o território nacional. Além disso, também deverão compartilhar a infraestrutura de 700 MHz no 4G em cidades com menos de 30 mil habitantes, embora já deixem aberta a possibilidade de isso ser expandido “no futuro” para municípios maiores.
Com o MoU, as empresas trabalharão agora para detalhar o plano de compartilhamento ao longo dos próximos 90 dias. Quando concluído, será submetido à aprovação das autoridades, como Anatel e Cade. TIM e Vivo reiteram que o acordo não afeta a autonomia comercial ou a gestão de clientes, “independente de qualquer acordo que possa resultar dessas discussões”, e que o MoU não cria uma joint-venture ou qualquer parceria comercial ou relação formal de negócios.
As companhias também estudam oportunidades de eficiência e redução de custos em operações e manutenção da infraestrutura – por exemplo, em energia elétrica e aluguel de sites. Da mesma forma, avaliam oportunidades de compartilhamento de redes em outras tecnologias. O documento, afirmam as teles, está alinhado com desafios relacionados à otimização de uso de energia em espaços públicos, seguindo as melhores práticas internacionais e impulsionando o processo de digitalização sustentável no País.
Em comunicado, o presidente da TIM, Pietro Labriola, declarou que a iniciativa é “a solução industrial crucial para o desenvolvimento das telecomunicações no País, visando a introdução de novas tecnologias”. Além disso, pontuou que permitirá aumentar a velocidade de implantação de redes, reduzindo o nível de custos e impactos.
Já o presidente da Vivo, Christian Gebara, destacou o impacto para a experiência do cliente e para a otimização de investimentos. “Em um momento em que a demanda por dados cresce exponencialmente, buscamos uma melhora relevante na experiência do cliente, bem como a realocação de recursos para novas tecnologias como o 4G, 4,5G e fibra”, disse. Já
Vale lembrar que TIM e Vivo já têm acordo de compartilhamento de infraestrutura em 3G, em um acordo de roaming anunciado em outubro do ano passado. A subsidiária da Telecom Italia ampliou em julho do mesmo ano o compartilhamento de rede com a Oi, usando plenamente as faixas de 1,8 GHz e 2,5 GHz em LTE no modelo de MOCN (Multi Operator Core Network), que inclui o core de rede e outras camadas. Em agosto, a TIM estabeleceu contrato com a Claro para compartilhamento de roaming em 3G, semelhante ao anunciado com a Telefônica, prevendo uma cobertura de 700 novos municípios. Além disso, a TIM tem advogado em favor do compartilhamento completo para todas as teles no País.