PicPay

Eduardo Chedid é vice-presidente de serviços financeiros do PicPay (crédito: divulgação/PicPay)

Em conversa exclusiva com Mobile Time, Eduardo Chedid, vice-presidente de serviços financeiros do PicPay, explicou em detalhes a aquisição do Guiabolso nesta sexta-feira, 23. Em videoconferência logo após o anúncio, o executivo explicou como será a sinergia entre as duas empresas e a estratégia de incorporação do Guiabolso, em especial em duas frentes importantes no mercado financeiro nacional: o open banking e a oferta de serviços financeiros via marketplace.

A conversa também abordou outros ativos da empresa comprada, como a estratégia em B2B e a oferta de educação financeira.

Mobile Time – Como foi a aproximação com o Guiabolso?

Eduardo Chedid: Foi bem simples, na verdade. Para nós, no PicPay, olhamos a história recente do setor financeiro e vemos Pix e open banking como uma revolução para o mercado brasileiro. Somos precursores do Pix (com transações P2P) em 2012. Assim como nós, o Guiabolso nasceu em 2012 e tinham a proposta de ser open banking antes do open banking. Eles vão nos ajudar e nós vamos ajudá-los. Nós temos o nosso marketplace e eles também. Mas eu tenho mais público (55 milhões) e eles, mais parceiros (dez parceiros). Nós nos complementamos em pagamento em open banking e marketplace. Não precisava pensar demais.

Quanto tempo demorou até a conclusão?

Fechamos a operação em três dias.

Como isso ajuda na estratégia de IPO do PicPay?

Nós adiamos nosso IPO. Por enquanto, estamos focados em continuar nosso plano (de desenvolvimento). A aquisição acontece como se tivéssemos feito o IPO. Já olhávamos o Guiabolso como algo complementar. O Guiabolso tem a capacidade de acelerar o nosso plano. Ele traz o conhecimento e a plataforma as a service do open banking. Eles vão nos ajudar a transformar dados em ofertas personalizadas no contexto atual dos usuários.

O fato de o Guiabolso acabar com o problema com o Bradesco ajudou na conclusão?

Quer queira, quer não, eles (Guiabolso) se mostraram resilientes e ultrapassaram esse problema com louvor. Além disso, eles mostraram segurança em sua plataforma e uma série de novas oportunidades para os clientes. Isso mostra a força do time deles e nós queremos ter gente com essa força do nosso lado, pois nós sabemos quão difícil é entrar no mercado, resistir e perseverar.

Como vai funcionar essa estratégia de open banking? A tecnologia será exclusiva do PicPay, ou segue com o plano de ser open banking as a service no Guiabolso?

Teremos essa conversa na segunda-feira, 26, em nossa primeira reunião de integração. Por enquanto, tudo fica como está. Mas vamos operar como uma empresa única. Nós, como PicPay, queremos utilizar a plataforma de open banking as service em nosso open banking e marketplace em curto prazo.

Os apps do Guiabolso serão inseridos no PicPay?

Por enquanto, as coisas seguem como estão. Obviamente, queremos oferecer o quanto antes várias qualidades do Guiabolso.

Como fica a sinergia das estratégias de marketplace do PicPay e Guiabolso?

É um novo patamar. Temos a missão de democratizar crédito, e também seguros, investimentos, cartão, serviços financeiros em geral. Para nós, esses parceiros (do Guiabolso) são super bem-vindos e dão mais poder para o usuário. Queremos trabalhar como plataforma aberta e isso inclui esses parceiros.

E o braço de educação financeira?

Esse é um dos grandes ativos que o Guiabolso aporta. Toda essa parte de investimento financeiro pessoal é um dos grandes ativos do Guiabolso que vai ajudar os nossos usuários.

B2B era outra frente que o Guiabolso apostava. Como fica também essa sinergia com a oferta de pessoa jurídica (PJ) do PicPay?

Estamos com fôlego renovado no PJ. Montamos um timaço. No final, nós somos uma rede. Quanto mais pessoas estiverem dentro do nosso app, maior o valor para entregar para todos. Vamos juntos trazer boas novidades.

A incorporação termina quando?

Esperamos fazer isso rapidamente. Em uma integração, o que complica é a cultura. Diferenças entre duas empresas deixa isso difícil. Nesse caso, nós somos iguais sobre como vemos a vida e os desafios. Segunda-feira começamos a trabalhar juntos, porém com cuidado na integração de sistemas. A partir de segunda-feira, portas abertas se eles quiserem vir para cá. Mas a maior parte dos colaboradores também está em casa, assim como acontece no Guiabolso.

 

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