Diego Barreto, CEO do iFood (AndroidiOS), explicou em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 27, que a empresa deve focar mais em expandir as suas verticais nas 1,5 mil cidades que atua do que expandir para as outras 4 mil cidades que faltam no Brasil. Ou seja, quer ir além do delivery de comida.

Embora o iFood veja que “quanto menor é a cidade, melhor”, pois é basicamente um modelo de marketplace (de um lado comprador e de outro o comércio), Barreto explicou que o problema é que abaixo de 50 mil habitantes “a lógica social da cidade não funciona” devido ao consumo ser muito mais próximo.

Atualmente, a entrada em cidades abaixo de 50 mil habitantes vale apenas para cidades turísticas.

Negócios

Entre as verticais afirmou que supermercado está bem coberto nas 1,5 mil cidades, farmácia está “quase bem coberto” e pet shop está “em caminho de ser bem coberto”. O executivo também confirmou que estão testando a vertical de shoppings em algumas cidades com hubs logísticos de “coleta e despacho”.

“As lojas sempre demandaram isso de nós (iFood)”, disse Barreto. “Isso não compete com shoppings, ou com o Mercado Livre – que tem outra lógica de entrega. Esse é um teste que está em poucas cidades e, quando der certo, vamos expandir e pode ser uma das verticais”, disse.

Questionado pelo Mobile Time se o iFood está considerando ocupar o espaço que o Delivery Center deixou no mercado em 2021, Barreto afirmou que não é a intenção da companhia, mas pode acontecer ao longo do tempo se avançarem nas verticais ligadas aos shopping centers.

Novas modais

O executivo também abordou como a companhia vê a utilização de novos modais, como drones e eletromobilidade. Em meios de transportes elétricos, Barreto afirmou que o iFood está se envolvendo nesta causa. Deu como exemplo uma série de conversas que teve com Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, além de visitas de executivos para conhecer modelos na Índia, China e a fábrica da Voltz na Zona Franca de Manaus.

Com 25% das entregas do iFood já ocorrendo por meio de modais diferentes (bicicletas e motos elétricas, por exemplo), afirmou que essas soluções ainda possibilitaram que jovens com menos 18 anos de idade moradores de favela passem a fazer entregas com bicicletas. Atualmente, o iFood tem 4 mil bicicletas elétricas e 5 mil entregadores cadastrados.

Drones

Por sua vez, a parte de drones é mais difícil na visão do CEO do iFood pelo fato das grandes capitais brasileiras estarem crescendo mais no modelo vertical, se comparado com o modelo norte-americano que é mais horizontalizado. Também lembrou que aprovar a rota de um drone é igual a aprovar uma rota aérea junto à ANAC: “É complexo demais, pois é o aluguel de um espaço aéreo. É ultra complexo. Não é uma crítica à ANAC, pois é uma complexidade”, ao dizer que ainda não é economicamente viável e escalável.

Por isso, o executivo acredita que o drone vai encaixar “em situações específicas de logística”, como o teste que a companhia fez em Campinas levando produtos de um shopping para um condomínio residencial. Também acredita que um dos avanços para acontecer é os condomínios aprovarem o drone port (local que pouso dos drones).

Para Marcos Gurgel, diretor de inovação e líder de IA no iFood, a companhia não terá um papel de observador, mas protagonista e que por isso fazem testes e empurram essa agenda. Reforçou ainda que os testes feitos pela plataforma em Campinas, Aracaju e Brasília servem como aprendizado.

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time

 

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