Quatro novas entrantes do mercado de tecnologia captaram mais de R$ 1,2 milhão em pouco mais de um mês na plataforma de financiamento coletivo CapTable. Uma dessas empresas, a Eirene atingiu seu objetivo e foi responsável pela principal parcela coletada na plataforma, R$ 750 mil, durante o primeiro mês de atuação no crowdfunding.
“Estamos nos três estados do sul do País. Trabalhamos com monitoramento de soja e laranja, principalmente. Mas queremos expandir comercialmente para o centro-oeste, e por isso usamos a Captable. Mas também queremos continuar o desenvolvimento da tecnologia”, disse Eduardo Marckmann, cofundador da Eirene, uma agritech que possui clientes com fazendas de 1 mil a 1,5 mil hectares e tíquete médio de R$ 250 mil por projeto.
“Temos dois projetos: um robô que faz a pulverização autônoma e outro com sensores e câmeras no trator (SaveFarm), para identificar plantas que precisam de defensivo agrícola”, completou. “Lançamos comercialmente primeiro o projeto SaveFarm. O robô será lançado a partir do ano que vem, ele estará disponível para alguns clientes, porém, está em testes. Ele é wireless, tem bateria com manutenção solar, e volta à base para recarregar”.
Expansão e investimento
Outra startup que está próxima de atingir seu objetivo é a NOC (Android, iOS), uma plataforma que une empresas e publicitários para criar pequenas peças ou ações de marketing digital. Essa companhia já captou R$ 93 mil e tem como meta alcançar R$ 350 mil até o dia 10 de outubro.
“São três frentes que queremos investir. A primeira delas é ampliar a atuação comercial, com novas operações em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e expandir para a Grande Porto Alegre. Temos também um roadmap de melhorar o app. E investir muito em atendimento para o consumidor”, disse o fundador e CEO da NOC, Everson Klein.
Com dois anos de atuação, a companhia intermediou mais de 17 mil campanhas e 60 mil fotos e vídeos produzidos por 35 criativos em mais de 30 cidades do sul e sudeste do Brasil. Com 75 clientes ativos, a empresa pretende aumentar a quantidade de clientes com o investimento, e, no futuro, buscar mais recursos para adicionar inteligência artificial.
“Somos também uma ferramenta de inteligência de marketing. Esse investimento é para chegar a 300 usuários recorrentes em janeiro de 2020. Nossa estratégia é abrir uma nova rodada de captação, como seed ou série A, para adicionar inteligência artificial com deep learning e machine learning”, completou o empreendedor.
Modelo de atuação
De acordo com Guilherme Enck, sócio-fundador da CapTable, as quatro startups que captaram R$ 1,2 milhão pela plataforma, passaram por um processo de seleção dividido em duas etapas: a primeira com 150 inscrições e a segunda com 30. A concepção da plataforma de crowdfunding é atuar como uma espécie de abertura de capital (IPO) para startups, como acontece na Bolsa de Valores, porém, em quantias mais modestas que as centenas ou os bilhões de reais.
Para escolher essas startups, Enck explicou que a CapTable buscou perfis específicos, como startups com profissionais experientes e em estágio mais avançado – aquelas que passaram da prototipação e do break even. Por exemplo, a Eirene tem profissionais com uma faixa etária média de 40 anos; e Klein, da NOC, tem mais de 20 anos de experiência no mercado de publicidade.
“Nós queremos conectar o investidor com o empreendedor. A plataforma é só uma das formas. Queremos conectar mais startups, e trazer grandes empresas e fundos para conhecer essas startups. Queremos colocar novidades na plataforma todos os meses”, explicou o CEO da plataforma de crowdfunding. “O investimento em startups é de risco, mas é um mercado muito interessante de se participar”, completa.
Qualquer pessoa ou empresa pode investir em uma das startups com um valor mínimo de cota (ex: NOC tem um valor mínimo de R$ 1 mil) e receber um título de participação na nova entrante. A CapTable fica com 10% do valor captado.