O relatório Estado da Conectividade de Internet Móvel 2024 (State of Mobile Internet Connectivity 2024), da GSMA, constatou que 43% da população mundial, pouco mais de 3,45 bilhões de pessoas, ainda não têm acesso à Internet móvel. Os dados foram obtidos em análise de pesquisas e relatórios do setor, que ainda indicam o potencial financeiro que o acesso total à conectividade móvel teria. Caso todas essas pessoas tivessem acesso à rede, o PIB global teria um impacto de US$ 3,5 trilhões entre 2023 e 2030, com 90% desse valor beneficiando os países de baixa e média renda.

O que explica?

O relatório indica que há uma série de fatores impedindo o acesso à conexão móvel, sobretudo os gargalos de conectividade. Enquanto 57% da população mundial usa a Internet em seu próprio aparelho, 4% sequer tem acesso à conexão móvel na área onde vive e 39% até tem essa cobertura, mas não possui um dispositivo para acessá-la.

A região com os piores índices de conexão é a África Subsaariana, onde 27% das pessoas têm Internet móvel; 60% poderiam acessá-la, mas não têm um aparelho para isso; e 13% não têm cobertura. A região representa 25% da população mundial sem acesso à Internet móvel.

As lacunas de conexão são recorrentes em áreas rurais, pobres e pouco povoadas, cujos países são menos desenvolvidos, não têm área litorânea ou são insulares e em desenvolvimento econômico. Essas regiões ainda enfrentam outras dificuldades, como a baixa alfabetização digital e a falta de acesso aos aparelhos. Normalmente, os modelos mais básicos de aparelhos demandam pelo menos 18% da renda mensal média. Nos 20% países mais pobres, sobe para 51%. O cenário é ainda mais desolador na África Subsaariana, aonde comprar um dispositivo exige 99% da renda média mensal.

A pesquisa da GSMA estima que seriam necessários US$ 418 bilhões para reverter essa disparidade e promover o acesso global à Internet móvel.

Barreiras para conectar

O relatório também indicou que, em lugares onde a Internet móvel é utilizada, as pessoas afirmaram que as principais barreiras para acessá-la são: preocupação com segurança, custo do serviço e do aparelho, e a experiência com a conectividade. Esta é ainda uma questão mais ampla. A maioria dos usuários do serviço possui um smartphone 4G ou 5G, mas um em cada cinco tem um aparelho 3G ou um feature phone. Na América Latina, isso representa mais de 30% das pessoas conectadas, enquanto na África Subsaariana, o percentual dispara para mais de 65%.

 

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