A Qualcomm afirmou que a decisão da ARM de cortar o licenciamento de sua arquitetura de chips de processamento (CPUs) para seus produtos é coação. Nesta quarta-feira, 23, a Bloomberg informou que a fornecedora enviou notificação ao seu parceiro sobre o fim do licenciamento em 60 dias.
Em resposta enviada a Mobile Time, a companhia informou que a decisão da fornecedora tem como pano de fundo o julgamento de dezembro: “Com um julgamento se aproximando rapidamente em dezembro, a manobra desesperada da ARM parece ser uma tentativa de interromper o processo legal, e sua reivindicação de rescisão é completamente infundada. Estamos confiantes de que os direitos da Qualcomm, conforme seu acordo com a ARM, serão confirmados. A conduta anticompetitiva da ARM não será tolerada”, disse em nota.
Desde agosto de 2022, as então parceiras travam uma batalha legal nos EUA. Isso ocorreu após a ARM entrar com um processo por quebra de patente e propriedade intelectual. O motivo seria a compra da Nuvia pela Qualcomm por US$ 1,4 bilhão e o acesso à tecnologia (design de chips) que a empresa passou a ter em março de 2021.
Na visão da ARM, a Qualcomm teria que destruir designs de chips da empresa adquirida, uma vez que a Nuvia tem acordos com a ARM. Por sua vez, a Qualcomm acredita que a ARM não pode intervir nas tecnologias da Nuvia: “Isso (a decisão desta quarta-feira) é mais do mesmo por parte da ARM – mais ameaças infundadas criadas para coagir um parceiro de longa data, interferir em nossas CPUs líderes em desempenho e aumentar as taxas de royalties, independentemente dos amplos direitos garantidos por nossa licença de arquitetura”, completou.
Qualcomm apresenta novas CPUs
Os designs que a fabricante passou a ter da Nuvia permitiram avanços nas CPUs de seus chipsets para dispositivos como smartphones, notebooks, cockpits e sistema de direção autônoma de carros. Inclusive, a Qualcomm anunciou nesta semana a sua plataforma móvel Snapdragon 8 Elite com a nova CPU. Além de uma colaboração estratégica plurianual com o Google para desenvolver cockpits digitais com inteligência artificial generativa.
Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time