A Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-15) da União Internacional de Telecomunicações (UIT) se encerra na próxima sexta, 27, e após 21 dias de sessões de debates e deliberações, a indústria móvel conseguiu ver atendida parte de sua demanda para harmonização de frequências para a banda larga móvel.
A WCR-15 conferiu caráter global de harmonização para serviços móveis de International Mobile Telecommunications (IMT) à banda de 700 MHz (694MHz – 790 MHz), conhecida como dividendo digital. Depois das Américas (Região-2 da UIT) e da região Ásia-Pacífico (Região-3 da UIT) terem adotado a faixa para a banda larga móvel na WRC-2007, Europa, África, Oriente Médio e Ásia Central (Região-1) agora também decidiram alocar oficialmente a banda para o IMT. A decisão prevê ainda proteção completa para serviços de televisão aberta e sistemas de radionavegação aeronáutica que operam na banda.
A batalha por espectro, entretanto, continua. A associação global de operadoras móveis (GSMA) havia manifestado na abertura do WRC-15 apoio à harmonização da banda de 700 MHz que já se desenhava, mas apelou também aos governos do mundo inteiro a transferência da atribuição da faixa de 600 MHz, amplamente usada na Europa para broadcasting de TV, também para a banda larga móvel para "impulsionar o crescimento global contínuo de banda larga móvel".
Como já havia antecipado este noticiário, o Brasil é contrário à atribuição dos 600 MHz para o IMT, porque é um espectro importante para a radiodifusão, que, por sua vez, tem um papel relevante no modelo brasileiro de telecomunicações. Estados Unidos e alguns países da Ásia lideram a defesa da alocação dos 600 MHz para a banda larga móvel, mas são países que não têm a necessidade de acomodar emissoras de TV nesse espectro. Assim como o Brasil, a posição da Europa é de não destinar essa faixa para o IMT.